O número de pessoas sem-abrigo e de famílias carenciadas, bem como o consumo de álcool e a criminalidade, podem vir a aumentar rapidamente no Algarve devido ao custo de vida e à escalada do desemprego. O alerta parte dos responsáveis do GRATO, uma instituição que já apoia diretamente milhares de pessoas em situação desesperante em Portimão e arredores. A instituição oferece a todos os utentes a possibilidade de tomar banho, fazer a barba, comer uma refeição, encontrar apoio psicológico e terapêutico. E até há uma casa de apoio que já permitiu tirar sete pessoas da rua.
Não existem números oficiais na região do Algarve sobre o número de pessoas que vivem nas ruas. Até porque é muito difícil contá-las, uma vez que a maioria não se fixa num local e encontra refúgio em casas devolutas e sem quaisquer condições, longe da vista e dos corações das pessoas. E há também quem pareça preferir ignorar a sua existência…!
Mas quem anda há anos na rua a ajudar os sem-abrigo, como o psicólogo Luís Norte, que trabalha há mais de uma década no GRATO – Grupo de Apoio aos Toxicodependentes, tem uma noção deste drama.
“Só na cidade de Portimão, as nossas estimativas apontam para a existência entre 50 a 75 sem-abrigo, um número que deverá aumentar ainda mais nos próximos tempos devido à crise e à falta de empregos”, refere ao JA.
Criada há 16 anos com o objetivo principal de ajudar os toxicodependentes, a GRATO depressa alargou os seus serviços a pessoas desfavorecidas, apresentando-se hoje como “uma porta aberta para todos aqueles que precisam de ajuda aos níveis pessoal, social e profissional”…
(Toda a reportagem na edição em papel do Jornal do Algarve – 16 de junho)