NUNO MIGUEL HENRIQUES

LP
LPhttps://www.jornaldoalgarve.pt
Colaboradora. Designer.

 Querida Matemática!

Ao longo de anos a matemática foi vista quase como um apêndice da sociedade. Achava-se que o importante era saber falar Inglês e perceber muito de informática.


Anteriormente dizia-se que o importante era as meninas saberem tocar piano e falarem francês.


Infelizmente estes paradigmas e estigmas que foram sendo introduzidos nos jovens ao longo das últimas décadas, fez com que o interesse pela matemática como base mental de uma vida contemporânea positiva, sustentável e numa lógica de raciocínio rápido e eficaz, tivesse sido quase ridicularizado em alguns casos.


A Matemática está em tudo na vida. A sua utilização básica no dia a dia, na actualidade, está tão presente como o ar que se respira. Muitas vezes de forma discreta, nem percebemos como a matemática pode mudar mentalidades, gerações e o país.


Ao contrário do que se esperaria, Portugal não mudou para melhor economicamente falando, porque cada português possivelmente não fez bem as contas da sua própria vida. Não só de dinheiro, como de obrigações, deveres ou mesmo ser pontual nos seus compromissos básicos.


Os conteúdos programáticos lecionados por imposição superior, na disciplina de Matemática, nem sempre fazem ver com a objetividade e clareza que me parece fundamental, a importância primordial da matemática na vida corrente e no sucesso do indivíduo, nas suas valências profissionais e mesmo sociais.


Possivelmente, se as anteriores e atuais gerações de políticos e gestores calculassem bem e melhor os seus passos e decisões, com aplicação de regras e lógicas matemáticas, Portugal estaria hoje com outra capacidade de encarar qualquer crise ou abalo internacional.


As margens para erros têm de ser calculadas e previstas, mas nunca deixar cair a nação no abismo por erros matemáticos, mesmo na cultura, no turismo, no desporto, na economia, na defesa, na segurança e noutras áreas da governação local, municipal, regional e nacional.


Foram estes rompimentos de pensamento, que me fez levar por diante, um projeto de escrita de um espetáculo pedagógico, intitulado «Querida Matemática», que este ano letivo torna a vir a esta região. O meu móbil não foi escrever como um matemático, mas dramatizar textos para representação, com o objetivo de fazer compreender a utilidade da Matemática em tudo na vida.


É curioso, como recebi de muitos jovens mensagens e emails a falar como mudaram a sua visão e olhar sobre a disciplina. “Afinal é tudo tão simples e nunca tínhamos atingido”, disse-me uma aluna do 9.º ano do ensino público.
Ora, da minha parte, o que desejo a cada um de nós, é muito simples: que a Matemática seja mesmo querida, porque com ela vamos todos fazer de Portugal, um país + e muito >. Querida Matemática!

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1 COMENTÁRIO

  1. Onde a vida também é imaginação

    Que obsidiante seria a vida se fosse regulada por matemáticos. A vida não é só exactidão infinitesimal, ela é também improviso, como numa bailarina que dança, conseguindo com o corpo a revelação do instante numa reunião absoluta da plenitude, numa realidade fulgurante que só a dança revela.

    A vida também é memória e um apelo ao sagrado, sabendo o homem que se pode salvar lendo absoluto no relativo.

    A vida é uma revelação constante da união de vozes subterrâneas onde a imaginação é curta e a dimensão onde nos movemos seria pequena se nos cingísssemos à limitação castrante dos números.

    A vida também é narrativa, ficção, onde cada um constrói a sua história hodierna, consentido que se construa o universo, colaborando portanto com ele.

    A vida também é um espaço e ingenuidade dos que sabem o que é um romance e um poema sem números, e que pretendem ler tudo e saber tudo sem terem que ser obrigados a fazer raízes quadradas, onde a pátria seja a imaginação. 

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