O Algarve está a ficar disponível só para ricos…!?

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O sucesso do turismo algarvio tem um lado negro para quem procura casa: os aumentos “insuportáveis” para a maioria das famílias

O turismo está a bater recordes positivos no Algarve, mas este fenómeno tem outra faceta preocupante: o preço das casas está a atingir valores “insuportáveis” para o poder de compra da maioria da população. Por isso, as dificuldades de comprar e alugar casa no Algarve são cada vez maiores. Atualmente, os bancos já avaliam o metro quadrado na região 25% acima da média nacional, uma subida (muito) inflacionada pelo turismo. E esta é uma tendência que veio para ficar…!

 

Encontrar casas no Algarve a preços razoáveis é uma missão cada vez mais difícil. E torna-se quase impossível em zonas turísticas e do litoral, onde há uma crescente especulação. Este cenário está a ser alimentado pelo aumento da procura – que supera a escassez da oferta – e pelo significativo investimento estrangeiro ligado ao turismo.

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A compra de casas para fins turísticos, destinadas ao arrendamento de curta duração, explica em grande parte este movimento de crescimento dos preços na região algarvia. Segundo algumas imobiliárias ouvidas pelo JORNAL DO ALGARVE, verifica-se já uma redução da oferta de casas no mercado, tanto para comprar como para alugar. E o resultado é uma subida dos preços que está a empurrar muitas famílias para as periferias das cidades e das vilas algarvias. Uma tendência que, segundo as imobiliárias, veio para ficar.

Atualmente, comprar casa no Algarve já é 25% mais caro do que a média do país. Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados na semana passada, a avaliação que os bancos fazem dos imóveis para conceder crédito voltou a subir, em fevereiro de 2018, sendo que o Algarve é novamente a região mais cara em todo o território nacional, com o preço do metro quadrado dos apartamentos a fixar-se nos 1.453 euros. O valor médio nacional é de 1.213 euros e o valor mais baixo pertence ao Alentejo, com 970 euros por metro quadrado.

Ou seja, aos valores de fevereiro, comprar casa no Algarve de 100 metros quadrados custa cerca de 145 mil euros, considerando os valores médios de avaliação bancária. Já o valor médio do país é 24 mil euros mais barato…!

(REPORTAGEM COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 5 DE ABRIL)

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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5 COMENTÁRIOS

  1. A frase “A compra de casas para fins turísticos, destinadas ao arredamento de curta duração…” contém uma gralha (arrendamento). Igualmente, o processo descrito, de empurrar as famílias para a periferia, chama-se gentrificação.

    • O processo de empurrar as famílias para a periferia não se chama gentrificação, chama-se estupidez e, felizmente não acontece no Algarve como aconteceu em Lisboa a partir dos anos noventa. O que pode acontecer, e isso sim é gentrificação, é a substituição das famílias que lá estão por outras famílias com maior poder cultural e económico. Lamento contrariar o seu espírito marxista mas, até ver, as famílias com mais dinheiro também são famílias.

  2. Excuse me for writing in English, but I think there is another aspect to this story. It seems to me that because of all the tourist money coming into the Algarve, the government appears to think that the region can pay for its own infrastructure, and therefore allocates very small amounts from the national budget for works of all kinds here. We can see by the state of some roads, the shortages in hospitals and so on that this is not the case.

    • Naturally, because the Algarve’s permanent population is relatively small. There are too many people still living in the region that aren’t registered as permanently resident there. Unless those numbers go up, there won’t be an impact on infra, as government doesn’t have to answer to voters.

  3. Mas esta notícia tem 40 anos? É que não vejo novidade nenhuma em relação ao que já se passava no anos oitenta. Desde essa altura, o Algarve sempre foi para ricos (quem pode comprar uma casa de férias é o quê, pobre?) E o Algarve sempre foi mais caro do que o Alentejo e teve preços semelhantes aos de Lisboa, que é de onde vem a maior parte dos compradores.

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