O ano mais difícil da nossa história

Este foi, certamente, o ano mais difícil dos 64 anos de vida do Jornal do Algarve. Fundado em 30 de março de 1957 pelo jornalista José Barão e por um grupo de vila-realenses ligados à escrita e às artes gráficas, o semanário sediado, desde sempre, na cidade pombalina, teve, ao longo da sua história, momentos altos e outros de alguma dificuldade, mas nunca passou por um período tão complicado como este que a pandemia do Covid-19 originou.


Com uma quebra significativa nas receitas da publicidade, tem sido a fidelidade dos leitores e assinantes e o apoio da generalidade das autarquias da Região e de algumas empresas, que nos têm ajudado a manter vivo um projeto jornalístico que nasceu não apenas com o objetivo de informar com verdade e seriedade, mas também de contribuir para o desenvolvimento do Algarve. O que se revela fundamental, num período em que as redes sociais intoxicam a opinião pública com todo o tipo de manipulações e falsidades.


De José Barão herdámos um jornal de dimensão regional – que é uma referência nacional – informativo e pluralista, por onde passaram muitos dos grandes jornalistas e articulistas algarvios, como é o caso, entre outros, de Mário Zambujal que aqui nos deixa também o seu testemunho. Um projeto a que temos procurado dar continuidade, mesmo em circunstâncias particularmente difíceis como as que vivemos agora.


Dos que nos ajudaram a crescer e a fazer do Jornal do Algarve aquilo que é hoje, não podemos deixar de lembrar os saudosos primeiro diretor sob a gerência da Viprensa, José Manuel Pereira, os jornalistas Marcelino Viegas e Domingos Viegas, falecido há dois anos ao serviço do Jornal, que era um elemento fundamental da redação, a nossa querida revisora Maria do Amparo, os repórteres desportivos Vítor Brás e Bernardino Martins e a compositora Irene Salvador. Isto é, uma parte importante da nossa família, que já não está entre nós.


Dos que felizmente continuam connosco, lembramos os que estão ativos e são peças importantes da nossa estrutura, como o João Leal, o Carlos Albino e o Humberto Gomes, que começaram com José Barão, o José Cruz que dirigiu o jornal no período conturbado do pós 25 de Abril, o Fernando Cabrita que concebeu connosco e foi o primeiro diretor do JA MAGAZINE, o Nuno Couto que está em período sabático, o Carlos Luís Figueira, o Teodomiro Neto e o Fernando Proença, cronistas de inegável classe e o Neto Gomes, que é não apenas um grande jornalista, mas um amigo, um irmão mais velho, um incondicional da nossa causa, que não regateia esforços para servir o Jornal. Uma referência especial para o nosso consultor editorial e grande amigo, que vive do outro lado do Atlântico, morrendo de saudades do nosso Algarve, Horácio Neves Bacelada.


Para todos os outros, que são muitos, mais antigos e mais recentes, aqui fica o nosso reconhecimento e agradecimento, com a certeza que não é um vírus, por mais violento que seja, que vai impedir que o nosso Jornal cumpra o seu papel de arauto das reivindicações e aspirações do Algarve e dos algarvios e contribua para que se repitam muitas outras conquistas como a “Operação Algarve-Turismo” a construção do Aeroporto de Faro e a criação da Universidade do Algarve.

Fernando Reis

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