O desastre que pode mudar o Algarve

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“A expressão ‘construção antissísmica’ dá às populações uma falsa expectativa”, denuncia João Estêvão, especialista em engenharia sísmica da UAlg. Mesmo os países que já aplicam as metodologias mais modernas não têm escapado a níveis de destruição elevados, como foi o caso da Nova Zelândia em 2011, como se vê nesta imagem

A ocorrência de um grande sismo no Algarve é “inevitável” e vai provocar danos na maioria dos edifícios, tornando-os inabitáveis. Isto sem falar da trágica perda de vidas humanas. A recuperação da região nunca será feita em menos de uma década! O alerta é do investigador João Estêvão, que denuncia ao JORNAL DO ALGARVE a falta de reforço sísmico das construções, mesmo nos edifícios alvo de reabilitação. “Só pretendem melhorar o conforto e a estética dos edifícios, o que é muito preocupante”, lamenta o especialista em engenharia sísmica da Universidade do Algarve

 

É capaz de fazer o exercício de imaginar o que seria do Algarve após uma catástrofe de grandes dimensões, como um sismo de forte magnitude? Consegue imaginar a perda de vidas humanas, os prejuízos materiais, os resultados negativos e as consequências físicas e psicológicas se se repetir uma catástrofe semelhante ao terramoto de 1755…?

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Não se trata de assustar a população nem afugentar os turistas, mas a probabilidade de ocorrer um sismo na região algarvia é grande. Por isso, os especialistas acentuam que este problema não deve ser encarado – nem tratado – depois da catástrofe acontecer, mas tem de ser resolvido com políticas preventivas, das quais se destaca a construção de infraestruturas que resistam a sismos.

O próprio Simulador de Risco Sísmico para o Algarve concluiu, em 2001, que até o hospital de Faro, a principal unidade de saúde da região, ficaria inutilizada, devido aos danos estruturais no edifício.

Ou seja, já não é de agora que arquitetos e engenheiros têm vindo a alertar para o aumento do risco sísmico dos edifícios no Algarve. Porém, o assunto volta a preocupar – e muito – os especialistas, devido ao forte impulso que está a ser dado atualmente à reabilitação urbana.

“No Algarve, a existência de construções mais vulneráveis é motivo de preocupação, atendendo ao nível de perigosidade sísmica da região”, acentua João Estêvão, investigador em Engenharia Sísmica e docente na Universidade do Algarve, salientando que muitas obras não têm em atenção o correto comportamento sísmico, aumentando desta forma o risco sísmico da região.

Reabilitação ignora efeito devastador dos sismos

Em declarações exclusivas ao JORNAL DO ALGARVE, o especialista em engenharia sísmica explica que, “em relação às construções existentes mais vulneráveis (por exemplo as de alvenaria tradicional), a única forma de reduzir o risco sísmico é através de um reforço eficaz”, o que está a ser descurado e ignorado na maioria dos casos. Além disso, importa referir que o betão utilizado nas construções dos anos 60 e 70 já está a chegar ao fim da sua vida útil.

Em relação à generalidade das obras de reabilitação que estão a ser realizadas no Algarve, João Estêvão frisa que “não têm em atenção o efeito dos sismos” e “só pretendem melhorar o conforto e a estética dos edifícios, o que é muito preocupante”…

(NOTÍCIA COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 14 DE JUNHO)

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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