O extraordinário caso do surf num concelho envelhecido

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O estudo vai permitir a caracterização do surf em Aljezur, com vista ao seu desenvolvimento ordenado no concelho

Aljezur é um dos melhores locais do país para surfar. O concelho, com pouco mais de 5.700 habitantes, é um dos mais envelhecidos do país, mas atrai todos os anos milhares de jovens em busca das melhores ondas da costa vicentina. Face ao potencial deste produto turístico, a Universidade do Algarve vai elaborar um estudo para ajudar o município a valorizar e tirar mais proveito do produto surf

 

 

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É um dos concelhos mais desertificados do país, com uma população que não ultrapassa os seis mil habitantes, a maioria com mais de 60 anos. Mas isso não impede Aljezur de ser um destino atrativo para milhares de jovens, que viajam de todo o mundo até à costa vicentina para praticar surf. E é assim há anos…!

Face a este potencial, a Universidade do Algarve assinou na semana passada um protocolo de colaboração, com a Câmara de Aljezur, que tem como objetivo estudar o “produto surf” neste concelho.

Assim, uma equipa da universidade, com o apoio da autarquia e das associações locais, irá elaborar um estudo com vista à caracterização do surf e ao seu desenvolvimento no município.

Segundo apurou o JA, o trabalho vai estabelecer “termos de referência” para a identificação do produto turístico surf em Aljezur, ao mesmo tempo que será desenhado o “perfil do turista” e a “matriz das empresas que atuam em cadeia no setor”.

O estudo da universidade vai ainda apontar “instrumentos de gestão sustentáveis, que permitam um acompanhamento, monitorização e controlo do produto turístico surf no município” e “propor um modelo estratégico composto por um conjunto de orientações, diretrizes e estratégicas, que farão parte do estudo final a ser apresentado publicamente”.

Surf traz mais turistas para o concelho

“O trabalho permitirá uma eficiente caracterização do surf no nosso município, enquanto produto turístico ordenado, competitivo e sustentável”, adianta a Câmara de Aljezur, que há cerca de um ano recebeu a visita do reitor da Universidade do Algarve, tendo António Branco prometido uma estreita colaboração entre a universidade e a autarquia.

Poucos meses antes, o município de Aljezur e a Vicentina – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, desenvolveram uma ação em torno da modalidade do surf no concelho.

A ação “Surfaljezur” teve uma componente dirigida aos clientes de 21 alojamentos que aderiram a esta iniciativa, que ao reservarem duas noites, puderam usufruir de aulas de surf para os membros mais novos da família nas praias do concelho. O objetivo foi “trazer mais turistas para o concelho”.

Uma segunda componente desta ação foi dirigida à jovem população local, com os alunos das escolas de Aljezur a terem a oportunidade de experimentar a prática de surf, através de aulas práticas dadas pelas escolas de surf aderentes.

“A ação Surfaljezur teve como objetivo dar um impulso à dinamização da economia local, reforçando o posicionamento de Aljezur no mapa dos destinos de surf e contribuindo para a sua afirmação enquanto destino de surf apto para toda a família”, frisou a autarquia.

Receitas importantes para a economia local

No final de 2012, a Câmara de Aljezur já defendia que era urgente “uma estratégia nacional para o produto surf”. Como as ondas são inesgotáveis e “rebentam” durante todo o ano, esta pode mesmo ser uma vertente turística que pode render milhões se for aproveitada da melhor forma.

O crescimento destas atividades foi de tal forma acentuado nos últimos anos que, atualmente, a costa vicentina já conta com cerca de 15 escolas e clubes de surf. Por isso, para a autarquia de Aljezur, mas também para a vizinha Vila do Bispo, esta é uma vertente turística que deve ser aproveitada da melhor forma.

A autarquia salienta que o surf pode ter um “peso considerável” e gerar receitas muito importantes para a economia local, regional e nacional. E uma das maiores potencialidades desta vertente turística, realça a autarquia de Aljezur, é o facto de o surf ser “um produto que pode atenuar a sazonalidade, trazendo em época dita baixa, mais visitantes à nossa região, com consequências financeiras para a economia”.

Por todos estes motivos, a câmara de Aljezur decidiu avançar na semana passada, juntamente com a Universidade do Algarve, com um estudo aprofundado sobre a realidade do surf.

 

Nuno Couto/JA

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