Em setembro deste ano, um homem tomou uma decisão que o tornaria conhecido mas não pelos melhores motivos. Esse homem era Martin Shkreli, CEO da Turing Pharmaceuticals, que foi esta quinta-feira detido por suspeitas de fraude financeira.
Voltemos atrás no tempo. Em setembro deste ano, Martin Shkreli comprou os direitos de venda de um medicamento usado no combate à malária. De seguida, decidiu aumentar o preço desse medicamento em mais de 5000%, isto é, de 12 para 665 euros. As reações não foram simpáticas – Trump chamou-lhe “menino mimado”, a BBC classificou-o como “o homem mais odiado dos Estados Unidos” – e o CEO acabou por recuar, tentando justificar-se com uma “decisão empresarial”, mas o seu nome ficou inevitavelmente ligado ao escândalo que acabou por não o ser.
Shkreli parece não estar interessado em livrar-se da fama que ganhou. Este mês, numa conferência organizada pela “Forbes”, revelou que, se fosse hoje, “provavelmente teria aumentado ainda mais o preço” do medicamento; quando Hillary Clinton lhe expressou, através do Twitter, a preocupação com a sua intenção de aumentar o preço, a resposta não teve mais do que três letras: “lol”.
Assim se compreende que esta quinta-feira, quando a “Bloomberg” noticiou a detenção do empresário, a imprensa tenha recordado a polémica que levou Shkreli às capas dos jornais. Mesmo que o motivo para a detenção não esteja relacionado com o caso: o CEO da Turing Pharmaceuticals foi acusado pelas autoridades norte-americanas de ter usado ilegalmente as ações da Retrophin, uma empresa de biotecnologia fundada por ele, para pagar dívidas de outros negócios. Tudo porque o fundo de investimento que Shkreli também fundou, o MSMB Capital Management, faliu recentemente, deixando o empresário com dívidas que ascendem aos milhões de dólares.
Shkreli foi detido pelas autoridades norte-americanas na manhã desta quinta-feira quando se encontrava em sua casa, em Manhattan, Nova Iorque. De acordo com a “Bloomberg”, foi destituído do cargo de presidente executivo que ocupava na Reptrophin e processado pela sua própria empresa por uso indevido dos seus fundos.
(Rede Expresso)