O planeta não aguenta este ritmo. “A humanidade está em risco”

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Se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem ao ritmo atual, chegaremos a 2100 com as temperaturas do ar a subirem em média mais 3,6 graus celsius que as registadas na era pré-industrial. E isso não augura boa saúde para o Planeta.

“Os dados científicos demonstram que o nosso planeta não está em boa situação e que a humanidade está em risco”, alertou esta quarta-feira Jean-François Blarel, embaixador de França em Portugal e anfitrião da conferência “Como Portugal vê os desafios da COP21”.

A cimeira do Clima de Paris é a última carta a jogar para que os Estados acordem medidas que impeçam as temperaturas médias do Planeta de subir mais de 2 graus celsius até ao final do século.

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E “é essencial um bom acordo em Paris, já que não nos podemos dar ao luxo de ter uma segunda Copenhaga”, sublinhou o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, na sua intervenção esta quarta-feira de tarde, lembrando o falhanço da cimeira realizada na capital da Dinamarca em 2009.

Mas o ministro afirmou-se “otimista” quanto aos resultados que sairão de Paris e defendeu que “o combate às alterações climáticas é urgente, custo-eficiente e lucrativo”.

A urgência, sublinhou, deve-se ao conjunto de dados científicos que demonstram que “em 2015, um ano particularmente quente, se registou uma subida média da temperatura de 1,5 graus face à média registada no século XX”. Se nada for feito, tendo em conta que “as projeções para 2050 indicam que as emissões de gases com efeito de estufa estão 14% acima do que deviam”, chegaremos certamente a 3,6 graus celsius em 2100″. Por isso, salientou, “vivemos uma situação verdadeiramente preocupante”.

Moreira da Silva considera que “o combate às alterações climáticas está ao nosso alcance sem erupções tecnológicas”. Para o ministro, é possível reduzir em 80% o volume de emissões de CO2 de um modo a que chama “custo-eficiente”, porque “o custo será cinco vezes superior se nada fizermos”, podendo chegar “a cinco triliões de dólares”. E que “o combate pode ser lucrativo”, já que “a economia verde cresce 4% ao ano”.

Portugal está no “top ten” dos países europeus que serão mais afetados pelas alterações climáticas e os eventos extremos associados, como a erosão costeira, as inundações ou o stress hídrico. Quanto a Portugal, Moreira da Silva fez, mais uma vez, questão de repetir os aplausos internacionais pelas suas políticas em torno do de Crescimento Verde e de reforma da Fiscalidade Verde e na aposta nas energias renováveis e na redução da dependência energética do exterior.

“A Europa não pode deixar de continuar a assumir a liderança que tem tido no combate às alterações climáticas” acrescentou ainda o ministro do Ambiente

Faltam 190 dias para a Cimeira de Paris, que volta a colocar os holofotes em cima do tema. A questão que se coloca é que sequela pretendem os Estados dar ao protocolo de Quioto, assinado em 1997. O objetivo é fazer todos os esforços para que de Paris saia um acordo que obrigue os países a reduzirem as emissões de dióxido de carbono de modo a que a temperatura média da atmosfera não suba mais de 2 graus celsius até 2100. E que, simultaneamente, sejam atingidos os objetivos do milénio associados ao desenvolvimento sustentável e à redução da pobreza.

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