“O que está em jogo com o Brexit é muito sério”

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Vítor Neto avisa que o Algarve deve estar bem preparado para enfrentar o embate do Brexit. O presidente do NERA afirma ainda que “se os britânicos tivessem o peso para Lisboa e Porto que têm no Algarve, não se falava de mais nada neste país”

Uma quebra de turistas britânicos após a oficialização do Brexit poderia ter consequências negativas para toda a economia algarvia. Apesar de outros mercados turísticos poderem ajudar a “disfarçar” essa situação, este é um mercado “insubstituível” para o Algarve, alerta Vítor Neto. O presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA) e antigo secretário de Estado do Turismo defende, por isso, que este “é um cenário para o qual devemos estar preparados e procurar conter e atenuar efeitos negativos”

O ano de 2019 pode trazer problemas ao turismo algarvio. E tudo devido à anunciada oficialização do divórcio do Reino Unido – o principal mercado emissor de turistas do Algarve – com a União Europeia, que se deverá concretizar em março do próximo ano.

Atualmente, ainda que outras razões – nomeadamente a falência de companhias aéreas e a retoma do Médio Oriente –, alguns sinais da retração dos turistas ingleses já se fazem sentir na região. Desde o início do ano, o aeroporto de Faro já registou numa quebra de 7% na chegada de passageiros do Reino Unido, que em 2017 saldaram-se em mais de dois milhões. No mesmo sentido, as últimas estatísticas do alojamento classificado também apontam para uma quebra de 6,8% de dormidas de turistas britânicos, no mês passado, em relação ao mesmo período do ano anterior. Ou seja, os impactos negativos do Brexit já se fazem sentir na região, ainda antes da separação definitiva.

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É um facto que outros mercados turísticos ajudam a “disfarçar” a quebra de turistas ingleses no Algarve. Mas, no próximo ano, a situação pode agravar-se.

“Temos de ter consciência do que se está a passar. Uma quebra elevada de dormidas no Algarve não é brincadeira. Temos de nos preparar para enfrentar as consequências do Brexit, reagir com serenidade e bom senso. Não podemos ficar à espera, porque este processo – qualquer que seja a solução final – já não vai recuar”, alerta ao JORNAL DO ALGARVE o presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA), Vítor Neto, uma das vozes que mais tem defendido o turismo algarvio.

O turismo algarvio está vulnerável aos efeitos do Brexit. O Algarve representa 66% do total das dormidas dos britânicos em Portugal e a Madeira 20%, contra 8% em Lisboa e 3% no Porto

“É muito mais sério do que se julga”

Enquanto secretário de Estado do Turismo durante cinco anos (1997-2002), o empresário algarvio reforçou a convicção da “grande importância” do turismo na economia nacional. Por isso, Vítor Neto diz que o Brexit “é muito mais sério do que se julga”. E explica porquê: “O Reino Unido é o principal cliente turístico do país e da região, sendo que tem maior peso na região algarvia, representando 66% das suas dormidas em Portugal, enquanto na Madeira representa apenas 20%, em Lisboa 8% e no Porto 3%. Ou seja, o Reino Unido é um parceiro económico estratégico do Algarve…

(NOTÍCIA COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 22 DE NOVEMBRO)

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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