O que mudou em dez anos nas praias algarvias pode evitar outra tragédia?

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Há quase dez anos, a praia Maria Luísa foi palco da maior tragédia do género no país, em que a queda de uma arriba provocou cinco mortos e dois feridos (imagem da TVI)

Para os especialistas, as derrocadas na costa algarvia são tragédias anunciadas, já que essa é a evolução natural das arribas. Ainda assim, depois do acidente numa praia de Albufeira, em agosto de 2009 – o mais grave registado até hoje em Portugal –, as autoridades fazem derrocadas controladas nas zonas mais críticas do litoral algarvio. Apesar disso, advertem que “não é possível prever o momento ou o local onde poderá ocorrer a próxima rotura”

Numa altura em que o julgamento da derrocada na praia Maria Luísa, em Albufeira, está prestes a começar, dez anos após o trágico acidente que ceifou a vida a cinco pessoas, o JORNAL DO ALGARVE procurou saber se a tragédia era inevitável e o que mudou de lá para cá.

Neste processo, que arranca a 15 de março, no tribunal de Loulé, os familiares das vítimas reclamam um pedido de indemnização civil superior a 900 mil euros ao Estado.

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Segundo apurou o JORNAL DO ALGARVE, os relatórios divulgados pelo Ministério do Ambiente, um mês a seguir ao acidente, concluem que três fatores podem ter contribuído para a derrocada: a degradação dos materiais, as marés vivas e um sismo ocorrido três dias antes do acidente. Mas também concluem que é impossível estabelecer uma relação de causa-efeito.

Outro aspeto nestes dois relatórios – um da Administração da Região Hidrográfica do Algarve (ARH) e outro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) – é que era impossível prever o momento da derrocada. “No estado atual do conhecimento científico, não é possível prever o momento ou o local onde poderá ocorrer a próxima rotura, tal como não teria sido possível prever em tempo útil a rotura de 21 de agosto”, lê-se no documento da FCUL.

Já o relatório da ARH refere que foram registados 34 movimentos na arriba da praia Maria Luísa, entre 1995 e 2009, sendo que apenas um foi registado na época balnear, em agosto de 2004. Por isso, este acidente tinha um nível de “probabilidade muito baixo”, salienta a ARH.

Com a erosão e o desgaste contínuo das arribas, é impossível prever o momento das derrocadas

Ainda assim, o bloco que provocou a morte de cinco pessoas estava sinalizado, desde 2006, com a placa de zona de perigo, pelo que o relatório da ARH diz que há “dúvidas se tal resulta da inadequação da sinalização ou do baixo nível de consciência dos utentes da praia”…

(NOTÍCIA COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 28 DE FEVEREIRO)

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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