O sonho das petrolíferas, o pesadelo dos algarvios

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“O desenvolvimento do Algarve não rima com petróleo”, refere o órgão que reúne os 16 municípios algarvios, reforçando o “basta à ameaça que teima em comprometer a região”

A sorte e o sonho de riqueza das empresas petrolíferas poderá ser o azar e a maldição do Algarve. Esta é a convicção dos autarcas e dezenas de associações, que prometem aumentar a contestação contra o furo de Aljezur, até porque não reconhecem nenhum benefício ou contrapartida para a região. “Os algarvios não podem estar reféns de um projeto que ameaça seriamente a região”, declararam os 16 municípios do Algarve, após uma reunião simbolicamente realizada em Aljezur

 

Há petróleo e gás natural no fundo do mar algarvio prontos a ser explorados. Este “sonho” – ou convicção – parte do consórcio formado pela Galp e a empresa italiana Eni, que, a partir do próximo dia 15 de setembro, tem prevista a chegada de uma plataforma perfuradora ao largo de Aljezur, para escavar um poço exploratório a mil metros de profundidade, a uma distância de 46 quilómetros da costa.

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Em declarações ao JORNAL DO ALGARVE, a Eni e a Galp já revelaram que esta operação pretende avaliar se existe petróleo – e em quantidade suficiente – para avançar para a exploração comercial. Também já sabemos, através de um estudo do próprio consórcio, que o petróleo na Costa Vicentina poderá chegar aos 1.500 milhões de barris (um valor equivalente a 17 anos de importação de petróleo) e que o projeto poderia “ajudar a reduzir o défice comercial”, já que a receita prevista poderá rondar os 57 mil milhões de euros.

Contratos feitos para atrair investimento estrangeiro

No entanto, isto não significa que vamos ficar todos ricos. O contrato de exploração de petróleo ao largo de Aljezur, no bloco denominado “Santola”, foi feito para atrair investimento estrangeiro. Ou seja, o Estado português vai receber pouco dinheiro, durante os próximos 55 a 60 anos, pelo menos até às empresas petrolíferas recuperarem o seu elevado investimento nos trabalhos de pesquisa, sondagens e na operação de produção.

Analisando o contrato de concessão, o JORNAL DO ALGARVE apurou que, caso a Eni-Galp avance para a fase de produção, os lucros são quase exclusivamente para a concessionária. O Estado receberia apenas entre 2% e 7% das receitas líquidas, consoante os níveis de produção, e só depois de descontados os elevados custos de produção. Estes valores estão muito abaixo da média dos países que têm concessões para exploração de hidrocarbonetos…

 

(NOTÍCIA COMPLETA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO ALGARVE – NAS BANCAS A PARTIR DE 2 DE AGOSTO)

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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