O verdadeiro poder de 15 minutos de atenção

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Um quarto de hora por semana inteiramente dedicado às crianças pode fazer milagres. Diminuir a insegurança, a agressividade e o insucesso escolar são alguns deles. Palavra de psicólogo!

Um quarto de hora por semana de dedicação é suficiente, assegura o psicólogo Joaquim Quintino Aires, autor do livro “15 Minutos com o Seu Filho”, nas livrarias há escassos dias. O autor garante que, se os pais seguirem as técnicas de psicoterapia que descreve no livro, pouparão tempo e dinheiro em futuras consultas de psicólogo para os filhos.

Mas só 15 minutos por semana? Parece tão pouco. “São minutos muito intensos e é extremamente desgastante para o adulto relacionar-se desta maneira com os filhos”, explica o dr. Quintino. Além disso, o especialista alerta que se o exercício for feito com uma periodicidade maior, pode contribuir para que a criança não se autonomize dos pais.

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No seu livro, este psicólogo clínico, com experiência de mais de duas décadas e conhecido pela sua rubrica no programa da TVI “Você na TV” e agora na SIC em “Querida Júlia”, assegura aos pais que, se seguirem as técnicas de psicoterapia que aconselha, evitarão que se manifestem problemas como a hiperatividade, a agressividade excessiva, a insegurança, a depressão, a dislexia e o insucesso escolar, e verão os filhos transformarem-se em adultos autónomos e independentes.

Divididas por idades, desde os 0 aos 20 anos, as estratégias de comunicação entre os pais e filhos que o psicólogo propõe vão-se tornando menos práticas à medida que a criança cresce. “É como fazemos nas consultas: com o adolescente sentamo-nos no sofá e conversamos, com uma criança sentamo-nos no chão com ela e com um cesto de brinquedos e brincamos”, explica o psicólogo, doutorado em Psicolinguística.
Os adolescentes também precisam

Se o seu filho não se mostrar recetivo ao exercício, o psicólogo sugere que o pressione, mas não sem antes considerar se o está a abordar da forma correta: “Aconselhei um jovem que me dizia: ‘O meu pai faz-me sempre as mesmas perguntas, sobre a escola e as namoradas. Já não aguento mais ouvi-lo’.” Por muito boa que seja a intenção dos pais, sublinha que às vezes são os responsáveis pelo afastamento dos filhos.

Por outro lado, estarão as novas tecnologias a contribuir para afastar as crianças dos pais? “Facebook, chats e consolas de jogos tornam as crianças mais fechadas em relação aos pais e amigos.” O especialista garante que a psicopatologia nas crianças aumentou intensamente nos últimos cinco anos, porque elas passam cada vez mais tempo na Internet ou na PlayStation. “Só nos desenvolvemos quando estamos fisicamente com outros adultos”, alerta o psicólogo.

O papel dos pais passa por limitar o tempo dos filhos no computador e nas consolas de jogos. Para isso, precisam de saber dizer “não”. Ceder não é opção. “Não precisam de ser violentos, mas assertivos. Nas crianças mais novas, sobretudo entre os 4 e os 6 anos, o ‘não’ não deverá ter explicação, ou a criança não saberá lidar com a frustração no futuro.”

Neste livro, o psicólogo aborda temas que poderão surpreender os pais. Por exemplo, não se preocupe com as brincadeiras que à primeira vista parecem agressivas. Se o seu filho lhe apontar uma pistola de brincar, caia para o lado e finja-se morto. Não desespere, porque ele não tem nada contra si, está só a mostrar-lhe como é forte. “Os pais protegem excessivamente as crianças, tanto que há algumas pessoas que ainda vivem na casa dos pais aos 30 anos, porque não desenvolveram a estrutura psicológica para lidar com a vida real.”

JA/Rede Expresso
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