Obama não acredita nos argumentos de Putin

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“Deve ser o povo ucraniano a decidir o seu próprio rumo”, frisa Obama

Os argumentos do Presidente da Rússia não convencem Barack Obama e a “intromissão” dos russos vai afastar a comunidade internacional de Moscovo.

De acordo com o Presidente dos EUA, “há informações” segundo as quais Putin, que falou esta terça-feira pela primeira vez sobre a Crimeia, estava a analisar as diferentes opções que tem face à crise ucraniana.

“Deve ser o povo ucraniano a decidir o seu próprio rumo”, frisou Barack Obama, referindo-se às eleições presidenciais antecipadas previstas para 25 de maio, depois do afastamento do pró-europeu Viktor Ianukovitch, que fugiu do país.

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Os EUA garantem que a União Europeia, EUA e aliados estão unidos a uma só voz, de que a Rússia está a “violar o direito internacional”. Ainda que, “aparentemente”, a interpretação de Putin seja diferente, os argumentos que utilizou esta terça-feira “não enganam ninguém”, afirmou Obama. Embora tenha “interesses legítimos no que se passa no país vizinho, isso não lhe dá o direito de recorrer à força para exercer a sua influência”, acrescentou.

Arseni Iatseniouk, que chefia o governo interino, adiantou esta terça-feira que já foram iniciadas conversações com líderes russos – ainda que “tímidas”. Numa declaração após a reunião o secretário de estado norte-americano John Kerry, Iatseniouk disse terem sido dados “primeiros passos” com vista ao fim da tensão na península autónoma ucraniana, de maioria russa, que pertencia à antiga União Soviética.

A Ucrânia deverá receber um empréstimo de mil milhões de dólares (cerca de 728 milhões de euros), enquanto faz um trajeto “difícil” para lidar com a frágil economia. O valor do pacote foi anunciado por John Kerry, na sua visita oficial a Kiev para reiterar o apoio diplomático e financeiro ao país. A Rússia tenta encontrar um “pretexto” para “invadir a Ucrânia”, disse, considerando a intervenção militar como um “ato de agressão”. Para o secretário de estado, há saídas para a crise e essa passa “por conversações entre russos e ucranianos”.

A aprovação do montante terá ainda que passar pelo Congresso. Obama pede “solidariedade” para a libertação imediata da verba para atenuar a pressão”. “Financiar o apoio que pode estabilizar a economia na Ucrânia” bem como ajudar a que “as eleições se desenvolvam livremente e muito em breve”.

A Rússia continua a considerar que Ianukovitch é o único poder legítimo. “Ignoram que a Rada [Parlamento] representa o povo ucraniano”, avisou Kerry, deixando claro que não é pretensão dos EUA entrar em confronto com Moscovo, mas a persistência de Kremlin nas atividades militares poderá abrir uma cisão no diálogo económico bilateral.

Vladimir Putin referiu esta terça-feira em conferência de imprensa que o único presidente que reconhece é Ianukovitch – o que se passou na Ucrânia foi um “golpe de estado inconstitucional”. O Presidente russo nega uma “ocupação” da Crimeia e não descarta o uso da força como “último recurso”.

A Ucrânia vive um clima de alta tensão desde novembro do ano passado, depois de Ianukovitch ter preferido uma aproximação à Rússia em detrimento da União Europeia.

RE

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