OCDE: Portugal merece uma “flexibilidade especial” para o défice excessivo

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Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE, defendeu que “ninguém deve ser punido”, fazendo referência às eventuais sanções da Comissão Europeia

Não faz sentido Portugal ser alvo de sanções por causa de um desvio de 0,2%, diz José Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE, em entrevista ao “Jornal de Negócios” esta segunda-feira. Bruxelas deve sim fazer uma revisão das regras europeias de forma a flexibilizar a interpretação dos “números mágicos” do défice, defende o dirigente.

“Após oito anos de crise ou oito anos após a crise, podermos ser mais criativos e [permitir] talvez algum afastamento temporário [das metas], de forma a podermos impulsionar [a economia] através de mais investimento público e de infraestruturas muito bem escolhidas e com um elevado efeito multiplicador”, sugere José Ángel Gurría.

Desta forma, o défice podia até ficar acima da meta dos 3%, algo que seria só temporário, diz, para impulsionar o crescimento, “mas depois volta a diminuir através de mais crescimento e receitas”.

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Para o secretário-geral da OCDE, Portugal “está a sair de circunstâncias muito difíceis”, foi alvo de muitas reformas e agora está a “tentar recuperar”. Já que o país se mostrou disposto a “tomar decisões difíceis e politicamente complicadas”, então, neste momento, merece “ter uma flexibilidade especial, até porque o processo continua. (…) Está a haver consolidação até em 2016 e [as sanções referem-se] a 2014, 2015”, explica Gurría ao “Negócios”.

Fábio Monteiro (Rede Expresso)

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