Desde meados do ano passado, o mercado de trabalho está a abrandar. E esta pode ser uma das principais causas: em doze meses, o número de “ocupados” em programas do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) – estágios, programas ocupacionais e formação –, caiu cerca de 42%, conta o “Jornal de Negócios” esta quarta-feira.
Em março deste ano, havia menos 67 mil pessoas “ocupadas”, por comparação com o mesmo mês em 2015. Esta queda é também reflexo da relevância que estes programas de apoio ganharam em Portugal, desde 2011.
No espaço de quatro anos, o IEFP passou a ser um dos maiores “empregadores” nacionais. O “Negócios” lembra que no final de 2011 o número de “ocupados” estava na casa dos 30 mil, mas chegou a atingir um pico que 174 mil a meio de 2014. De acordo com o Banco de Portugal, este movimento do IEFP foi decisivo para combater a degradação do emprego em Portugal.
O que é que estes números podem ainda significar? Segundo as contas do “Negócios”, muito, dependendo da forma como se calcula os números do desemprego. Desde julho, o emprego medido pelo INE caiu 61 mil, mas se subtrairmos os ocupados (um exercício não isento de erro), concluímos que só desceu 8,4 mil, escreve o matutino económico. Se a comparação for homóloga, o emprego terá até crescido 15 mil.
Fábio Monteiro (Rede Expresso)