A notícia está a ecoar em vários órgãos de comunicação do país. Quem entrou na casa, em Olhão, onde vive a mãe e a filha que foram hospitalizadas esta semana depois de terem sido roídas por ratos descrevem-na como uma “autêntica imundice”.
Entre o lixo acumulado, há fezes, urina e comida putrefacta. Primeiro foi a senhora mais idosa, de 85 anos, que foi transportada para o hospital de Faro depois de ter sido roída pelos ratos. Dois dias depois foi a filha, de 65 anos, que estava acamada, a seguir para o hospital pelo mesmo motivo. Na mesma casa reside um segundo filho, de 51 anos e esquizofrénico.
“Tive de usar máscaras e luvas. Cheirava muito mal, havia pulgas e ratos a correrem pela casa. São enormes, parecem coelhos”, contou uma vizinha, citada pelo Jornal de Notícias, que foi ajudar os dois filhos da idosa depois desta ter sido internada.
Entretanto, em comunicado, a Segurança Social explicou que a idosa “recusa qualquer tipo de apoio” e “manifesta incapacidade para gerir a sua vida e os seus bens”.
Aquela entidade garante que tentou realizar diversas visitas domiciliárias, em maio e em junho de 2014, as quais “foram sempre vedadas”. A idosa também recusou “qualquer tipo de apoio aos elementos do agregado familiar”, garante.
Perante esta situação, a Segurança Social participou o caso ao Ministério Público, “uma vez que a Segurança Social, no âmbito das suas competências, não pode intervir”, explica.
A autarquia olhanense também confirmou que a idosa, professora reformada, tem recusado ajuda e que esta “só pode ser efetuada com ordem do Ministério Público e do delegado de Saúde”.
“Quando ela tiver alta do hospital vão levá-la novamente para casa e continua a miséria. Têm de atuar agora urgentemente.”, apela outra vizinha, esta citada pelo Correio da Manhã.
A situação arrasta-se há quatro anos.
.
.
.
.