O Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas, em Haia, ilibou esta terça-feira a Sérvia e Croácia das acusações recíprocas de terem cometido genocídios durante a guerra na ex-Jugoslávia dos anos 1990.
Peter Tomka, presidente do tribunal, afirmou que apesar de ambos países terem cometido muitos crimes durante o conflito, não ficou provado que algum deles tenha procurado cometer genocídio, “eliminando a população em parte ou no todo” nos territórios ocupados.
O coletivo de 17 juízes considerou que as forças sérvias cometeram inúmeros crimes no início da guerra, mas que não se tratou de genocídio, e que o mesmo sucedeu na ofensiva que a Croácia levou a cabo em 1995 para reconquistar o território.
O caso chegou ao tribunal em 1999 através de uma queixa apresentada pela Croácia, que pretendia que o regime de Belgrado lhe pagasse uma compensação financeira, o que levou posteriormente a Sérvia apresentar uma contra-acusação supostamente cometida pela Croácia em 1995 durante a “Operação Tempestade”.
O tribunal espera que a decisão contribua para atenuar as animosidades ainda existentes entre os dois países vizinhos da ex-Jugoslávia, incentivando os seus líderes a trabalharem em conjunto no sentido de fortalecerem uma paz duradoura.
“O tribunal encoraja ambas as partes a continuarem a cooperar no sentido de atribuírem reparações adequadas às vítimas de tais violações, que consolidem a paz e a estabilidade na região”, afirmou Tomka.
RE