O principal líder da oposição da Venezuela, Henrique Capriles Radonski, pediu esta quarta-feira ao exército que escolha se quer apoiar “a Constituição ou [Nicolás] Maduro”, após o Presidente ter declarado estado de emergência, que estará em vigor durante os próximos 60 dias, em mais uma resposta à grave crise energética que o país está a atravessar.
Maduro anunciou o recurso a essa medida no sábado, alargando o “estado de exceção e emergência económica” em vigor desde fevereiro mas prevendo agora mais poderes aos soldados e à polícia para lidarem com as consequências da crise económica causada pela queda dos preços do petróleo e pela seca extrema em várias partes do território.
Em declarações aos jornalistas esta manhã, Capriles disse que o decreto aplicado garante “poderes inconstitucionais” ao Presidente e pediu aos venezuelanos que ignorem a ordem e que se manifestem nas ruas contra ela. “Nós, venezuelanos, não vamos aceitar este decreto. Isto é Maduro a pôr-se acima da Constituição”, garantiu o líder do partido conservador Justiça Primeiro. “Digo às forças armadas: a hora da verdade está a chegar, em que terão de decidir se querem ficar com a Constituição ou com Maduro.”
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)