Nasceu motivada pelas imagens impressionantes que chegam da Hungria. Em cinco dias, a Aylan Kurdi Caravan recolheu mais de 50 toneladas de bens e parte sábado em direção à Croácia, confirmou ao Expresso a organização. O fecho de fronteiras na Hungria obrigou a mudar a rota.
“Estamos a acompanhar as rotas de entrada de refugiados e, provavelmente, só teremos certeza do local final durante a viagem. Uma coisa é certa – os bens vão chegar a quem mais precisa”, disse esta quinta-feira de tarde ao Expresso Diário João Vasconcelos, ainda antes de estar confirmado o destino final.
A dimensão do projeto, que o Expresso noticiou em primeira mão, ultrapassou as expectativas e alcançou proporções que a organização não esperava. 150 voluntários estão, desde segunda-feira, em 25 centros regionais a receber alimentos, roupa, brinquedos e outros bens.
O nome, simbólico, é uma homenagem à criança síria cuja imagem da morte correu (e comoveu) o mundo. “Não conseguimos ficar indiferentes às imagens que vemos”, disse João Vasconcelos, sábado, antes de imaginar a dimensão que o projeto teria.
A organização está em contacto com várias embaixadas, Cruz Vermelha e ONG no terreno para conseguir, de maneira eficaz, desalfandegar e transportar os camiões que partem este sábado de manhã. É nessa altura que alguns membros da Aylan Kurdi Caravan voam até Zagreb, de forma a chegarem antes das 50 toneladas de bens recolhidos.
A Aylan Kurdi Caravan, que representa a maior iniciativa da sociedade civil para ajudar os refugiados que chegam à Europa, está consciente da responsabilidade. “O nosso compromisso é entregar os bens a quem precisa. Temos consciência do grau de responsabilidade e exigência, por isso, porque queremos que as pessoas tenham certezas, vamos publicando na página do Facebook o processo de entrega.”
RE