Os desafios e a estratégia do Algarve depois de 2020

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O documento “O Algarve pós 2020, a perspetiva dos Municípios – Contributo para o Portugal 2030” esteve em debate, na semana passada, na assembleia municipal de Lagos.

Para além dos deputados municipais e do executivo da Câmara de Lagos, a sessão contou com a participação do primeiro secretário da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Joaquim Brandão Pires, que partilhou um conjunto alargado e aprofundado de dados que permitiram aos presentes compreender a importância de se trabalhar o melhor possível a proposta da região e do país para o próximo período de programação da União Europeia (2021-2027) e respetivo orçamento.

As implicações e impacto financeiro do Brexit, o corte perspetivado de 7% na Política de Coesão e de 5% na Política Agrícola Comum, a redução do montante dos apoios previstos para Portugal e as restrições impostas ao Algarve – por ser considerada uma região em transição face aos indicadores adotados, que são altamente penalizadores para a região –, foram algumas das muitas informações deixadas.

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Brandão Pires passou também em revista os desequilíbrios da região, quer em termos da estrutura económica excessivamente suportada no turismo, quer ao nível territorial e demográfico, pela acentuada concentração da população na zona litoral (4/5 da população reside em 1/5 do território), pela perda de população e envelhecimento da mesma. A estes fatores somam-se o problema da habitação, o problema da falta de mobilidade e de algumas infraestruturas sociais.

Desafios para os próximos anos

Mas Brandão Pires também deixou notas de otimismo, nomeadamente com a proposta da estratégia da região para a próxima década, a qual está estruturada em oito grandes eixos e desafios.

Estes desafios passam por “reforçar o peso político dos órgãos da região e promover um acordo quanto às infraestruturas centrais para o Algarve”; “a gestão da água, a preservação dos aquíferos e a investigação e desenvolvimento da tecnologia de dessalinização da água do mar”; “a criação de incentivos para atrair jovens à região e atração de investimento”; “a aposta na ferrovia e numa rede articulada de transportes públicos”; “criar respostas para um problema (habitação) que é fulcral e que afeta não só as franjas mais desfavorecidas da população, como igualmente a classe média; “a construção do Hospital Central do Algarve” e “o ressurgimento de uma televisão regional que produza conteúdos sobre o Algarve”, entre outras.

No final da sessão, a presidente da Câmara de Lagos, Maria Joaquina Matos, reforçou a importância e a necessidade de se voltar a colocar em cima da mesa o debate sobre a regionalização, como “única possibilidade de se dotar o Algarve de órgãos que se consigam afirmar perante Lisboa e defender os interesses das populações”.

NC|JA

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