“Os estudantes têm que ser mais ouvidos”

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Aos 24 anos, o portimonense Fábio Zacarias é o presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve (UAlg), que anunciou na semana passada a sua recandidatura como representante dos estudantes algarvios. Em entrevista ao JA, o aluno finalista do curso de Gestão fala da sua vida, faz um balanço do seu primeiro mandato, revela as necessidades da comunidade estudantil e as causas que os jovens defendem atualmente para melhorar as suas condições de estudo, do dia-a-dia e pelo desenvolvimento do Algarve a vários níveis. Os jovens querem ser ouvidos e fazer parte da sociedade ativa do País e da região

JORNAL do ALGARVE (JA) – Como foi o teu percurso de vida até à UAlg?
Fábio Zacarias (FZ)
– O meu percurso esteve sempre ligado ao futebol. Fui jogador das camadas jovens do Portimonense e quando acabei o 12.º ano ingressei no ensino superior em Lisboa, na licenciatura em engenharia civil. Tinha a intenção, como muitos jovens da minha idade, em sair da casa dos pais e criar alguma independência de vida. Nós com 18 ou 19 anos acabamos por ainda não ter a maturidade necessária para tomar certas decisões da nossa vida. A preparação do ensino secundário para o ensino superior não nos prepara de forma direta para aquilo que vamos encontrar. Isso acabou por me levar para uma área de estudo que não era aquilo que eu pretendia. Acabei por optar por mudar de área e voltei para o Algarve. Entrei em Gestão no campus de Portimão da UAlg, mas não fui logo para Faro porque na altura estava a tirar o curso de treinador de futebol e já estava como adjunto na equipa de sub14 do Portimonense.

JA – Como surgiu a vontade de te candidatares a presidente da Associação Académica da UAlg (AAUAlg)?
FZ
– No primeiro ano de universidade fui vice-presidente da AAUAlg. No ano seguinte não prossegui porque fundei uma secção autónoma no campus de Portimão denominada de “PortimãoU”, onde fui trabalhando aquilo que era a manobra associativa e da defesa dos estudantes daquele campus, tendo ao mesmo tempo sido convidado e eleito conselheiro no Conselho Geral da UAlg. Esse foi o momento chave em que comecei a recolher mais informação e a ter um pensamento sobre propostas que tivessem um valor acrescentado para aquilo que é a experiência universitária dos estudantes. No início do ano letivo passado acabei por tomar a decisão em me candidatar a presidente da Direção Geral da AAUAlg.

JA – O cargo de presidente de uma associação académica acaba também por ser um cargo político?
FZ
– O cargo de presidente da AAUAlg, fruto de ser eleito pelos estudantes da UAlg de forma democrática, acaba sempre por ser considerado um cargo político. A quantidade de inerências em alguns concelhos que o presidente da AAUalg tem, nomeadamente no Senado Académico, no Conselho de Gestão, no Conselho de Ação Social, no Conselho UAlg + Sustentável ou nas dinâmicas de desporto, acaba por ser uma representação em todas as áreas de intervenção, seja ela social ou noutro âmbito e acaba por representar os mais de 10 mil estudantes da UAlg. Portanto, onde há democracia há política e desde que ela seja bem utilizada acaba sempre por fazer face naquilo que é a representação dos seus principais interessados.
JA – Os estudantes estão interessados em participar nas eleições e nas atividades da AAUAlg?
FZ
– Estamos a falar de pessoas e não as podemos colocar todas no mesmo saco, ou seja, são estudantes e aquilo que são os seus interesses no que diz respeito à dinâmica da universidade acaba por ser um bocadinho transversal. Mas aquilo que é o seu pensamento crítico e a sua forma de intervenção na sociedade às vezes é um bocadinho diferente, ou seja, nós vemos alguns estudantes cada vez mais interessados na dinâmica e na procura de uma cidadania ativa, mas há outros que, também fruto da tenra idade que têm, ainda não estão muito preocupados. Cabe também à associação académica comunicar e demonstrar as suas preocupações e coisas que tenham real interesse e relevo naquilo que vai ser o futuro deles. As festas são importantes naquilo que é a manobra da tradição e da preservação daquilo que é a nossa história académica, mas as questões como a ação social e política educativa têm de ser debatidas a nível da pedagogia e são igualmente importantes. Nós durante este mandato comunicámos bastante aquilo que estávamos a fazer, que era um problema, pois os estudantes não tinham conhecimento do que é que a associação académica fazia. Este ano batalhámos muito para que tivesse toda a informação disponível para os estudantes puderem consultar e até acabou por se revelar numa medida muito positiva em que os estudantes cada vez mais vão participando e vão formando o pensamento crítico sobre os assuntos mais atuais.

JA – Que balanço fazes deste teu primeiro mandato como presidente da AAUAlg?
FZ
– Este mandato foi um desafio, porque 2022 acabou por ser praticamente o ano 0, em que houve o levantamento de muitas restrições e o trabalho poderia, mais uma vez, voltar àquilo que era a normalidade. No entanto, as circunstâncias são um bocadinho diferentes do que eram em 2019 e a AAUAlg e muitos dos seus pelouros e departamentos careciam de informação e de dinâmica para que as coisas voltassem a acontecer. Acabei por andar sempre muito próximo de toda a estratégia e do trabalho para começarmos a criar alguma coesão e estabilidade nas dinâmicas, seja a nível do apoio a núcleos de estudantes a secções autónomas, na estratégia de empregabilidade, a nível da ação social, na retoma do projeto das bolsas, do combate à pobreza menstrual feminina e na presença da associação académica da UAlg a nível nacional, que também já não acontecia há algum tempo. Voltámos a marcar presença e a dar o nosso contributo junto do movimento associativo e dos órgãos de decisão política a nível nacional. Com esta aproximação estamos cada vez mais perto de deixar uma página bonita na história da associação académica, no ano em que se celebram os 25 anos. Entretanto já estamos a reformular os nossos serviços para garantirmos que a qualidade continua a ser aquilo que os estudantes precisam, seja nos centros de cópias ou nos nossos bares. Além da ação social e da pedagogia, a questão da pobreza menstrual, que já apresentámos a nível nacional, já está em andamento na UAlg com a disponibilização de produtos de higiene íntima gratuita nas residências. A segunda fase deste projeto é disponibilizar, de forma gratuita. a toda a comunidade académica.
JA – Como correu a Semana Académica e a Receção ao Caloiro?
FZ
– Os eventos foram organizados por nós, ou seja, nós não contratámos nenhuma empresa de produção. Acabámos por conseguir conter muito aquilo que foram as despesas do evento. A escolha do cartaz acabou por ser aquilo que os estudantes pediram e o resultado final acabou por ser bastante positivo. Em breve iremos mostrar as contas em Assembleia Magna, mas posso dizer que passados cinco anos voltámos a ter os dois eventos com saldo positivo.

JA – Como está a situação financeira e as contas da AAUalg?
FZ
– As contas da AAUAlg respiram saúde financeira e pode-se finalmente investir nos estudantes da UAlg. Já o temos vindo a fazer, nomeadamente na questão do projeto das bolsas que é para ser trabalhado em conjunto com os 16 municípios do Algarve. No mês que vem iremos apresentar em Assembleia Intermunicipal, mas só de fundos próprios nós já vamos financiar 20 bolsas de estudo no valor da propina da licenciatura e mestrado integrado, de sensivelmente 13.940 euros.

JA – Porque voltas a candidatar-te ao cargo de presidente da AAUalg?
FZ
– Volto a candidatar-me por sentir que foram 10 meses de um trabalho muito bom, em que as coisas que foram positivas foram muito superiores aos pontos negativos. Por achar que este projeto merece continuidade e porque há projetos que estão em curso e que não irão ficar concluídos até ao final de 2022, recandidato-me com uma equipa que já sabe o que é que tem de fazer e para conseguir ter ainda mais tempo para trabalhar mais política educativa, ação social, marcar presença e meter o Algarve no mapa. Muitas vezes acaba-se por falar que de Lisboa para baixo é paisagem e nós no Algarve acabamos por sentir muito isto, dado a sazonalidade que também nos cabe a nós combater e de nos levar à procura de novos modelos de negócio, novos métodos económicos e de desenvolvimento. Vamos continuar a comunicar, a aproximar e acima de tudo a estabilizar a AAUAlg. Queremos que os estudantes nos ajudem, porque o facto do estudante da UAlg ser um estudante exigente, também nos ajuda e acaba por tornar mais desafiante aquilo que é o trabalho de os representar.
JA – O desporto continua a ser uma das grandes apostas desta equipa da AAUalg?
FZ
– Podemos falar já no que vai acontecer em 2023, mas que foi preparado em 2022: ganhámos a candidatura às Jornadas Concentradas de Desportos de Praia, ou seja, vamos receber em junho este evento. Este ano já estamos a fechar algumas parcerias com as associações regionais, de futebol, futsal, voleibol, andebol e basquetebol para conseguirmos captar o máximo talento possível que temos dentro da nossa instituição. Foi dos anos em que mais atletas medalhados tivemos, com presenças em campeonatos europeus, nomeadamente na modalidade individual de judo. Sabemos que conseguimos captar mais jovens para a UAlg se tivermos uma boa oferta desportiva e de competitividade nas nossas equipas nas Jornadas Concentradas de Desporto Universitário, que em 2021 não participámos e este ano voltámos a competir em várias modalidades.

JA – O que é que os jovens e os estudantes precisam atualmente?
FZ
– Os estudantes têm que ser mais ouvidos. Nem falo só na questão dos estudantes, falo nos jovens, porque quer queiramos quer não, continuamos a olhar para os cargos de decisão e não encontramos jovens. Dentro da universidade também acaba por ser um quebrar de barreiras. Ou seja, já vamos sendo ouvidos e vamos sendo consultados quando há tomadas de decisão que influenciam diretamente aquilo que é o quotidiano do estudante. Há coisas boas, há coisas menos boas e a AAUAlg é mesmo esta ligação entre os estudantes e a UAlg, porque a realidade é que se não houver estudantes não há universidade. É bom que tenham em conta esse mesmo ponto porque nós vamos estar cá para saudar e congratular quando as coisas correrem bem, mas também cá estaremos para chamar à razão quando as coisas não forem de acordo com aquilo que são a satisfação das necessidades dos estudantes.
JA – Os estudantes do curso de Artes Visuais queixam-se, há muitos anos, que são esquecidos. O que a AAUAlg e a Ualg estão a fazer para contrariar este sentimento?
FZ
– Ainda na semana passada recebemos um projeto da construção de uma nave em Gambelas para os estudantes de artes visuais, em que nós já estamos incorporados. Em relação a esse curso é que tal como está na estratégia da UAlg até 2025, artes visuais está contemplado. A AAUAlg irá fazer algumas alterações no seu bar de Gambelas, porque este edifício vai ser realizado nessa mesma zona e disponibilizámo-nos para ceder parte desse espaço para que artes visuais consigam ter um edifício com condições dignas.
JA – O que a AAUalg tem a dizer em relação à recente polémica que envolve uma carta anónima, os estudantes de medicina, a UAlg, o CHUA e o ABC?
FZ
– A AAUalg tomou conhecimento em agosto a partir da carta anónima que acabou por criar muitas confusões, nomeadamente com a demissão da diretora, que depois acabou por não sair. A AAUalg reuniu com com os estudantes, com o núcleo dos estudantes de medicina, com os representantes de grupos de estágio, com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), com a UAlg, com a reitoria e com o gabinete de comunicação da UAlg, para tentarmos perceber o que é que se estava a passar. De facto nós temos vindo a investigar, porque o que era dito e que era argumento tanto da UAlg como do Algarve Biomedical Center (ABC) seria que o CHUA não tinha as acreditações de procedimentos necessários para receber os estudantes. O que está no relatório que corresponde à acreditação do curso até 2024 é que apenas deixa a necessidade de um compromisso com o aumento dos quadros médicos que lá estão. Tanto quanto sabemos é que esse compromisso tem vindo a ser assumido. Não queremos acreditar que o que esteja por trás sejam problemas entre as pessoas, porque neste caso acabam por interferir diretamente naquilo que é a vida dos estudantes, e nisso a AAUAlg tem que marcar uma posição, porque muitos deles contam já com famílias criadas, com empregos na região e com casas a serem pagas, que podem ver todo esse plano a ser colocado em causa com base num mapa de vagas de estágio que foi alterado entre maio e junho. Sabemos que neste momento estão a haver comissões de inquérito na Assembleia da República a pedido do PSD. Já lá esteve o ABC, o CHUA e acredito que falte ainda uma parte desse mesmo consórcio, porque o ABC é formado pelo CHUA e pela UAlg e que aquilo que foi pedido é uma tomada de posição por parte da UAlg, para que este tipo de situações não voltem a acontecer. É isso que queremos porque o mestrado integrado em medicina foi criado para ajudar naquilo que é a fixação de médicos na região, porque é necessário e todos nós vemos aquilo que são as carências do serviço de saúde público que temos no Algarve. Se nós estivermos a tirar daqui os futuros médicos, estamos a comprometer o aumento do número de médicos no serviço de saúde pública da região.

JA – Em relação à saúde mental, tem havido um aumento da procura por serviços de psicologia ou foram implementadas medidas de prevenção e ajuda?
FZ
– A AAUAlg, durante este ano, lançou um projeto que é o Olho Social, através de um questionário realizado por alunos de licenciatura e mestrado de psicologia para tentarmos observar alguns comportamentos e algumas tendências. Já estamos muito próximos daquilo que é a amostra pretendida para conseguirmos apresentar valores, mas a realidade não precisa de um estudo, porque estamos em constante contacto com os serviços de psicologia da UAlg. A realidade é que os quadros qualificados em psicologia não fazem face àquilo que são as necessidades reais dos estudantes e aqui toca-se numa tecla que tem vindo a ser defendida nos últimos tempos, de uma forma muito afincada pelo movimento associativo estudantil, que é o financiamento das instituições de ensino superior no combate a problemas de saúde mental. Aquilo que tem acontecido é que depois acaba por resultar no abandono escolar e nós só conseguimos percecionar o abandono depois dele acontecer. Onde tem de haver investimento é na prevenção daquilo que são os problemas de saúde mental dos estudantes que, muito possivelmente, além de problemas que acabam por criar aos estudantes que são muito maus, acabam numa taxa de abandono escolar que não deveria de existir.
JA – Os governantes nacionais ouvem os pedidos, as necessidades, as preocupações e as exigências dos jovens e dos estudantes?
ZF
– O Presidente da República criou momentos de reflexão e de receção do movimento associativo durante a pandemia de covid-19 e acabou por nos agradecer o facto de nós sermos voz ativa. Nós enquanto movimento associativo académico acabamos por demonstrar alguma irreverência e tocamos em alguns pontos que outras pessoas não tocam e deviam tocar. O ministério e o secretário de Estado do Ensino Superior tem convocado reuniões periódicas para discutir alguns assuntos, nomeadamente sobre ação social nas instituições do ensino superior e inovação pedagógica e nós queremos acreditar e dar os nossos contributos, pois é muito importante que haja coesão neste momento a nível nacional como uma linha de pensamento e de direção que seja muito idêntica a todos os pontos do País. Há realidades diferentes, mas há pontos que são comuns e transversais entre todos e que acima de tudo estas propostas possam chegar a quem de direito e que sejam implementadas. Não podemos deixá-los esquecer aquilo que são as nossas reivindicações estudantis.
JA – Qual a importância da UAlg e a AAUAlg no contexto regional para o desenvolvimento do Algarve e o que é que é preciso mudar?
FZ
– A questão da coesão territorial, ou seja, o Algarve a nível económico e naquilo que é o contributo que a UAlg possa dar para aquilo que é o desenvolvimento da região tem de ser mais eficaz e mais eficiente, tal como a aposta na fixação dos jovens aquando da conclusão da sua área de formação e a diversificação daquilo que é a economia do distirto. O Algarve continua a estar muito virado para o turismo balnear e temos muitas outras coisas como o clima, as novas tecnologias e as energias renováveis numa altura em que tanto falamos de crise energética. O Algarve tem condições, para o caso de haver um investimento como é necessário, pudermos desenvolver outras áreas. Continuamos também a falar no preço habitacional, porque é impensável a capital do Algarve, em Portugal continental, ser a terceira cidade mais cara para se viver. Há 10 anos tínhamos um preço médio de quarto entre os 170 e os 200 euros e neste momento temos entre os 300 e os 350, o que acaba também por ser um ponto negativo naquilo que é conseguir fixar os jovens e atraí-los para a UAlg. A nível nacional até estamos com uma taxa de colocação muito boa, mas ainda assim não podemos baixar os braços e temos de continuar a trabalhar. Acredito que a nível, daquilo que é o processo pedagógico da UAlg, dos direitos dos estudantes e o modo com que o ensino é feito, é necessário que haja alguma parte de inovação, porque a pandemia também nos veio mostrar isso. A forma como as aulas são lecionadas em regime online acabam por não fazer face àquilo que são as reais necessidades de aprendizagem e é necessário continuar a evoluir nesse mesmo capítulo, para que os estudantes saiam cada vez mais capacitados da UAlg. Esse mesmo ponto vai acabar por dar uma imagem e uma conotação muito positiva à UAlg e a quem cá estuda, naquilo que depois será a entrada no mercado de trabalho.

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