Estamos a assistir a algo que só surge no fim da linha. Tenhamos consciência que o que acontece hoje com os jovens mesmo jovens nas suas manifestações é um grito de salvação como alguém que já vê a onda a submergir. É um grito do fundo da alma… principalmente para os homens de ciência… mas também para todas as agremiações sócio-políticas. É a última hipótese de entender e de perceber a força do adversário que é preciso vencer… o que só se consegue se unirmos todas as forças e identificarmos o inimigo. O meu apelo vai no sentido de tentarmos entender a complexa dinâmica de todo este processo e não confundir o essencial com as particularidades e apelar aos homens de ciência e conhecimento que desçam do seu pedestal e não receiem confundir-se com este movimento fundamental da malta nova que tem que crescer e ter todos os apoios possíveis sem lugar a idiossincrasias ou tendências hegemónicas que já despontam.
Como bem disse Jerónimo de Sousa seria não perceber a evolução histórica esperar que as forças de direita ou melhor o capitalismo na sua verdadeira e suprema expressão (melhor exemplo que o presidente Trump não há… não por acaso!!!) de alguma forma apoiassem estes movimentos. Quando se pretende explorar mais petróleo inclusive no polo ártico… está tudo dito. Mesmo entre nós ainda há“opinion-makers”, naturalmente, de direita que ainda entendem como Trump que as alterações climáticas são cíclicas e que tudo se resolve com mais ou menos tecnologia, fruto da evolução científica paga pelas super empresas quando entenderem ser conveniente de forma a manterem os seus cada vez maiores lucros.
Não! O problema é fundamentalmente político e só assim entendido poderá ter alguma solução… se ainda formos a tempo.
Toda força à juventude. Deixem-se de praxes e garantam um mundo onde valha a pena pelo menos continuar a viver.
Tragam os professores para a rua envolvam-nos, os pais e porque não os médicos e porque não os que sabem homens e mulheres de ciência e nunca se esqueçam das artes incluindo a música, para todos podermos cantar o novo mundo… a tempo.
Por favor.
Eurico D. Gomes
* Médico