Castro Marim, Baluarte Defensivo do Algarve
O município de Castro Marim integra a iniciativa: “Algarve – Do Reino à Região”, um projecto conjunto da Rede de Museus do Algarve, com a exposição subordinada ao tema: Castro Marim, Baluarte Defensivo do Algarve. Esta exposição, inaugurada no passado dia 24 de Junho, estará aberta ao público até ao final do próximo mês de Outubro, e procura retratar a importância de Castro Marim como antiga praça-forte da região.
Nesta mostra, onde o centro histórico da Vila desempenha a função de uma sala expositiva, o património construído é o principal acervo museológico em destaque num percurso expositivo organizado por painéis informativos que retratam os principais momentos da história castro-marinense. O percurso expositivo possui ainda um conjunto de estruturas que contêm curiosidades sobre a história local e que remetem o visitante para os principais temas abordados na exposição.
Castro Marim, enquanto terra de fronteira, implantada numa colina sobranceira à foz do Guadiana, constituiu sempre o principal baluarte defensivo de um Algarve constantemente ameaçado por Mouros e Castelhanos. Ao longo da história desta antiga praça de guerra com características únicas, destacam-se três momentos fundamentais que evidenciam o seu fundamental contributo para a preservação da integridade territorial e da independência de Portugal: o período que se seguiu à conquista, quando em 1319 se tornou a primeira sede da Ordem de Cristo; o da Guerra da Restauração, entre 1640 e 1668; e o de inícios do século XIX, após as invasões francesas.
São estes os principais temas abordados na presente exposição polinucleada pelos monumentos que testemunham essa vocação militar: o Castelo, o Forte de São Sebastião, a Cerca Seiscentista, e o Revelim de Santo António. Para além destes monumentos, que constituem a imagem de marca da Vila de Castro Marim, a exposição também está presente na Praça 1.º de Maio, onde é dada especial atenção à luta que os castro-marinenses mantiveram ao longo do século XIX pela preservação da identidade e autonomia do seu concelho.
Para além da temática militar, a exposição procura ainda retratar outros aspectos da vida na raia, como: as relações comerciais e sociais que Castro Marim e Ayamonte mantiveram ao longo dos séculos, importantes para o desenvolvimento das duas terras. Pela fronteira circulavam diversas mercadorias como: cereal, gado, peixe e sal, sendo este último abordado com especial destaque no núcleo do Revelim de Santo António, uma vez que a extracção de sal, praticada desde tempos imemoráveis, permanece como parte integrante do modo de vida castro-marinense.
Castro Marim, Baluarte Defensivo do Algarve é o tema central que serve de partida para um percurso de carácter reflexivo sobre a história e património locais, desde o século XIII aos nossos dias.
Importa também realçar que os conteúdos científicos da exposição foram produzidos por uma equipa do Centro de Estudos de Património e História do Algarve da Universidade do Algarve (CEPHA/UAlg) – autores do presente artigo –, coordenada pelo Prof. Doutor António Rosa Mendes.
As exposições presentes nos municípios do Baixo Guadiana (Alcoutim, Terra de Fronteira; Castro Marim, Baluarte Defensivo do Algarve; e Vila Real de Santo António e o Urbanismo Iluminista) contam ainda com um plano conjunto de actividades coordenado pela Associação Odiana, designado “Três Municípios por uma Região”. Entre as actividades de dinamização para as três exposições constam: um Concurso Fotográfico (até 28 Setembro); um Roteiro Gastronómico (15 Setembro a 15 Outubro); um Seminário subordinado ao tema «Das Origens às Luzes» (25 Setembro, Biblioteca Municipal de Castro Marim), organizado pelo CEPHA/UAlg; uma Tertúlia com o humorista Jorge Serafim (19 Setembro – passeio de barco no Rio Guadiana); Animação musical e teatral (Agosto e Setembro); e Passeios no Rio Guadiana (Agosto e Setembro). As informações sobre as actividades conjuntas podem ser consultadas no blogue http://www.3mpur.blogspot.com/.
* CEPH/AUAlg
