Obra vai ser apresentada pelo autor às 18:00 de hoje, no Museu do Trajo de São Brás de Alportel.
A instauração da República em Portugal veio unir a Igreja e dar-lhe mais liberdade, defendeu Afonso da Cunha Duarte, padre da Diocese do Algarve, que apresenta hoje o livro “A República e a Igreja no Algarve”.
Segundo Afonso da Cunha Duarte, “a Igreja estava acorrentada ao beneplácito régio, mas com o alvorecer da República e com a lei da separação dos poderes, teve pela primeira vez autonomia e livrou-se do Estado”.
Escrito ao longo dos últimos 15 anos, o livro que será apresentado hoje em São Brás de Alportel tem “100 páginas pelos 100 anos da República, cujo centenário se celebra este ano”, conta o Afonso da Cunha Duarte, também diretor do Arquivo Diocesano da Diocese do Algarve.
O padre fez investigação ao longo de 15 anos nas dioceses algarvias e no Arquivo Diocesano sobre o impacto dos ideais republicanos na Igreja no Algarve.
“A República foi boa para a Igreja”, admitiu o padre e escritor, referindo que além de ajudar a unir o bispado, permitiu também que “todas as dioceses passassem a ter um boletim informativo” e fez com que os cristãos ficassem “mais adultos” e com “mais responsabilidades”, remetendo os padres para um papel de mero “orientador ou animador”.
O livro “A República e a Igreja no Algarve” revela também a existência de padres republicanos que viviam no Algarve, nomeadamente em Lagos, “por causa da herança miguelista”, e alguns deles pertenciam à maçonaria e carbonária, refere o autor.
O livro, cujo preço vai ser de 10 euros, vai ser apresentado às 18:00, no Museu do Trajo de São Brás de Alportel, pelo próprio autor e deverá começar a ser comercializado em algumas livrarias de Faro e Lisboa.
AL/JA