…Toca o telemóvel, do outro lado ouvimos, com voz um pouco embargada, o Artur Gonçalves: “Humberto, faleceu o Fernando Reis”.
Suspendemos a respiração, incrédulos, de imediato nos veio ao pensamento o facto das últimas indicações apontarem para notícias animadoras, vindas do hospital de Faro e veículadas pela esposa Luísa.
Afinal, a inexorável, mas, na circunstância, traiçoeira lei da Vida…
Até quando tiver que ser, Fernando
Sabemos que nos reservarás um lugar próximo de ti, como próximo estivemos, mesmo frente a frente, em Outubro último, no nosso repasto/convívio em Ayamonte, na companhia de outros três amigos: o Duval Pestana, o Artur Gonçalves e o Carlos Romba.
Que bela jornada de convívio, então, tivemos, por norma 3/4 horas de amena e saudável cavaqueira, numa amizade que se tem vindo a cimentar, em período das nossas vidas de manifesta inquietude e insegurança, a atirar-nos para a realidade concreta, talvez que, mais do que nunca, de vivermos um dia de cada vez.
Já havíamos combinado a data e o local do nosso almoço de Natal, tendo, como sempre tem acontecido, o Duval como anfitrião de excelência. Que não terá a tua presença, estimado companheiro e amigo, mas cujo lugar de ‘Hall Fame’ não será ocupado por ninguém, e onde…
…guardaremos um minuto de silêncio
Sim, respeitosamente, iremos fazê-lo, em tua memória, e sempre que nos voltarmos a reunir.
Seja-me permitido trazer à baila e num breve ‘time out’ a mais recente recordação do nosso diretor do “Times do Algarve”, Fernando Reis, quando, e passe a imodéstia, nos estimulou para o prosseguimento dos pequenos ‘ensaios’ que temos vindo a produzir, particularmente em redor da ‘Ética no Desporto’ e ‘As Autarquias e o Associativismo’, que guardaremos na nossa memória, enquanto compromisso para o sabermos honrar. Honrar, com a firme convicção de que, certo que não haverá pessoas insubstituíveis, mas como preito de gratidão por quanto fez pelo nosso jornal – “Times do Algarve” -, que fico, com o seu finament, mais pobre.
Quanto nós apreciávamos o Fernando Reis, pela sua determinação e perseverança, pelo cidadão impoluto que era, também pela sua visão empresarial, ainda pela manifesta defesa do regionalismo e dos legítimos interesse da sua terra e, sobretudo, pelo modo como se dedicava e amava a maior e melhor de todas as instituições: a Família!
Um último assomar à ‘janela da incredulibidade’:
Não partiste, Fernando, nós é que ainda não chegámos…
Humberto Gomes
*“Embaixador para a Ética no Desporto”