Páscoa leva mais portugueses ao Algarve, Caraíbas ou Miami

ouvir notícia

.

Este ano vai haver mais portugueses a viajar nas miniférias da Páscoa, prevendo-se lotação esgotada para Cabo Verde, nordeste brasileiro, Cancun ou Porto Santo. Dentro e fora de Portugal, a venda de programas subiu em todas as frentes, também para Miami, São Tomé, República Dominicana, Espanha, Madeira ou Açores, e as agências de viagens antecipam aumentos de “pelo menos 5% a 7%” face à Páscoa do ano passado, em que já houve crescimento.

“Os portugueses habituaram-se a viajar, na Páscoa e no ano todo”, constata Alberto Machado, porta-voz da Abreu, líder em viagens de lazer e com uma rede de 150 agências, onde já esgotaram os pacotes para Cabo Verde, Madeira ou nordeste brasileiro. Acima do ano passado, estão também as vendas de programas para Miami e Nova Iorque, São Tomé, além de cidades europeias como Barcelona, Paris, Roma ou Amesterdão. “Porque estamos na Semana Santa, também está a haver muita procura por Espanha, cidades como Sevilha, Saragoça, Léon e várias outras”, refere.

Portugal mantém-se o destino mais procurado pelos portugueses e onde a venda de programas assume maior volume nas agências de viagens. “Os crescimentos esta Páscoa não são só no Algarve, são transversais a todas as regiões, Alentejo, Douro, Serra da Estrela, todo o norte e centro”, adianta Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), enfatizando a maior procura por Açores e Madeira, com destaque para Porto Santo, onde a novidade este ano foi o lançamento de um ‘charter’ (voo fretado para pacotes turísticos), que “vai estar cheio”.

- Publicidade -

Brasil está mais barato

No exterior, “Cabo Verde continua a ser a vedeta nas férias dos portugueses na Páscoa, e não só”. Segundo Costa Ferreira, “todos os destinos servidos por ‘charters’ foram um êxito e preveem-se com partidas lotadas”, o que também é o caso de destinos nas Caraíbas (República Dominicana e México) e no nordeste brasileiro.

Com o destino mais barato face à desvalorização do real, também o Brasil está a ser este ano um campeão de vendas nas férias de Páscoa dos portugueses, com a oferta para o nordeste reforçada com dois voos ‘charter’. “Desde o fim do ano que o Brasil estava a dar sinais de recuperar nas vendas de viagens, o que se confirma agora. O português tem uma afinidade cultural com o Brasil”, nota o responsável da Abreu. E nem o impacto do zika conseguiu arrefecer a vontade de fazer férias no Brasil. “O impacto do zika na procura do destino Brasil para nós foi praticamente nulo”.

Destaca-se ainda o facto de mais famílias portuguesas rumarem à Disney de Paris, viagens cujas vendas estão a ter “crescimentos bastante relevantes” face à Páscoa do ano passado, em agências como Abreu ou Top Atlântico. “Face ao que tem acontecido pela Europa, em que nos interrogamos como é que as pessoas irão reagir em termos de consumo de viagens, é notável verificar como este destino em Paris, que envolve levar crianças, se mantém sólido e até com procura acima do ano passado”, considera o presidente da associação das agências de viagens.

Em 2016 estima-se um aumento de 15% no número de portugueses a consumir programas de férias na Páscoa relativamente ao ano passado, segundo um estudo realizado pelo IPDT – Instituto do Turismo, em parceria com a Soltrópico, operador turístico português. “Houve mais oferta de ‘charters’ este ano, as pessoas reservaram com mais antecedência e nota-se no mercado maior confiança para gastar um pouco mais de dinheiro em lazer”, constata Nuno Anjos, diretor comercial da Soltrópico, onde os ‘best-sellers’ da Páscoa são Cabo Verde, São Tomé ou Marrocos, mas também Madeira e Açores, no último caso em maior crescimento “por causa dos voos ‘low cost’ para São Miguel”.

Venda de viagens subiu sem promoções

E não é à custa de descontos ou preços promocionais que as viagens da próxima Páscoa estão em alta. Os pacotes para o Brasil vão desde 1050 euros por pessoa, para Cabo Verde andam na casa dos 800 euros e para Porto Santo nos 350 euros. Mas trata-se dos valores mais baratos, em hotel padrão e sem extras, que podem até mais que duplicar para os que não se anteciparam nas reservas. “Não há praticamente promoções de última hora”, salienta Pedro Costa Ferreira. “O preço médio das viagens deverá este ano estar em crescimento, o que é uma lei natural do mercado. O preço só desce quando há oferta que não está preenchida, o que não é o caso”.

“Há um clima macroeconómico mais favorável no país, não significa que haja mais disponibilidade orçamental nas famílias, notamos é que as pessoas têm mais confiança a consumir viagens”, constata o porta-voz da Abreu, frisando que os preços a nível nacional se devem manter “aliciantes” e com ofertas para todas as bolsas. No caso da agência, em muito têm contribuído a venda antecipada com descontos, em feiras como Mundo Abreu ou Expo Abreu.

“Os portugueses começaram a conjugar o verbo viajar nos últimos anos. Pessoas com menos dinheiro fazem uma semana de férias em vez de duas, vão para destinos de proximidade ou escolhem hotéis mais baratos”, exemplifica Alberto Machado, referindo que muitas vezes os clientes nem têm ideia precisa do destino. “Há pessoas que chegam às nossas agências e dizem: tenho mil euros para gastar, onde posso ir? E nós temos de olhar o menu e ver o que é compaginável com cada orçamento”, faz notar o responsável da Abreu, concluindo: “O velho agente de viagens já não existe, tem de ser hoje um consultor”.

Conceição Antunes (Rede Expresso)

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.