Passos Coelho considera que “esta solução de Governo está esgotada”

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O presidente do PSD considerou ontem que a atual solução de Governo está esgotada, mas acrescentou que não quer ganhar eleições apostando no seu esgotamento, antes conquistando os portugueses para o seu projeto.

Numa intervenção durante uma iniciativa do Instituto Francisco Sá Carneiro, em Lisboa, da qual seguiu diretamente para uma iniciativa dos Trabalhadores Sociais Democratas (TSD), Pedro Passos Coelho disse que o PSD pode chegar ao Governo “de duas maneiras”, apontando a primeira: “Assobiar para o lado, não levantar muitas ondas, apostar no esgotamento desta solução.”

“É uma questão de paciência. Esta solução está esgotada – esta solução de Governo e esta solução de modelo de desenvolvimento do país. Está esgotada, é uma questão de paciência, de aguardar. E, se não levantarmos muitas ondas, dentro de um princípio de alternância democrática, é muito provável que ganhemos as próximas eleições se as pessoas estiverem cansadas daqueles que estão [no Governo]”, prosseguiu.

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Segundo Passos Coelho, “isso, porventura, até dará ao PSD aquilo a que alguns chamam uma maioria legal”, mas para “governar transformando, num espírito reformista, é preciso ter a adesão da sociedade”, conquistar “a vontade de mudança” dos portugueses.

“Não basta ter os votos e os lugares no Parlamento para governar bem. É preciso que essa mudança corresponda à vontade de mudança no país, quer dizer, não podemos levar o eleitorado ao engano. E, para isso, cumpre-nos dizer ao eleitorado o que está mal e qual é a nossa alternativa. E assim passamos da alternância democrática para uma verdadeira alternativa”, acrescentou.

“Para o fazer, nós não podemos flutuar nem navegar à vista de costa, ao sabor das sondagens, ao sabor do momento. Precisamos de ter pensamento estratégico, reflexão estratégica, programas amadurecidos”, concluiu Passos Coelho, assinalando a importância da revisão em curso do programa do PSD e do Instituto Francisco Sá Carneiro para a definição dessa estratégia.

O presidente do PSD defendeu que “Portugal precisa de uma mudança muito, muito profunda” e disse que ambiciona governar Portugal para “defender o Estado social”, reformando-o.

“A maior ameaça ao nosso Estado social é a continuação das políticas socialistas que têm vigorado no país nos últimos anos. Nós precisamos de o reformar – mas reformar o Estado social significa que nós não temos apenas de ter uma preocupação de maior justiça na forma como redistribuímos o nosso rendimento, temos também de afetar melhor os recursos que temos”, sustentou Passos Coelho.

Foi com esse objetivo que o PSD preparou “um projeto ousado para a revisão da Constituição” que, reiterou, não foi feito “a pensar no atual Governo, no atual Parlamento, no atual Presidente da República”, mas sim “nos próximos 15 ou 20 anos da sociedade portuguesa”.

Passos Coelho indicou a pobreza e o desemprego como problemas estruturais de Portugal, que “vêm germinando ao longo de uma década, década e meia” e não se resolverão sem “reformas estruturais” na economia.

JA/AL

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