Primeiro-ministro reconhece que as empresas portuguesas têm dificuldades de financiamento e diz que essa foi a principal razão da Jerónimo Martins. Mas nega que o Governo tenha sido informado da decisão.
O primeiro-ministro deixou hoje claro, durante o debate quinzenal no Parlamento, que compreende as razões da Jerónimo Martins (JM) para ter deslocalizado a sua sede para a Holanda.
“Há uma realidade que não podemos negar”, disse Passos Coelho: “os custos de financiamento são mais elevados para empresas portuguesas mesmo quando tem de operar no estrangeiro”, admitiu, lembrando que mesmo quando essas empresas têm garantias de bancos nacionais, “muitas vezes as garantias de bancos portugueses não são aceites lá fora”.
A questão, no caso da Jerónimo Martins, diz Passos Coelho, está no acesso ao financiamento. “Aparentemente, a operação não se traduziu num maior benefício fiscal para o grupo, mas devia traduzir-se numa maior capacidade de financiamento para o grupo a custos mais baixos”, bem como a facilidade de tributação na Venezuela e Colômbia, onde a Jerónimo Martins está a investir, disse Passos Coelho.