Passos escutado dez vezes a falar com Ricciardi no processo Monte Branco

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Afinal são dez as escutas telefónicas em que intervém Pedro Passos Coelho que constam do processo Monte Branco e não apenas duas, como era do conhecimento público até agora.

As conversas entre o primeiro-ministro e o presidente do BESI (Banco Espírito Santo Investimento), José Maria Ricciardi, alvo de escuta por parte do Ministério Público, estão identificadas num despacho de acusação contra jornalistas do Expresso, do “Diário de Notícias” e do “Correio da Manhã” por violação do segredo de justiça, precisamente a propósito deste caso.

O documento, que não se encontra em segredo de justiça, revela que as dez conversas entre o primeiro-ministro e Ricciardi ocorreram em janeiro, fevereiro e julho de 2012. O despacho esclarece ainda que as escutas foram transcritas para papel e foram validadas pelo então presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, a 19 de outubro de 2012.

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As escutas estão relacionadas com alegados crimes de tráfico de influências, corrupção e informação privilegiada no caso das privatizações da REN e da EDP. Passos Coelho não era o alvo das escutas, nem é suspeito de qualquer crime e o que o Ministério Público investiga é uma alegada tentativa de pressão do banqueiro sobre o primeiro-ministro.

José Maria Ricciardi admitiu publicamente ter tido duas conversas com Passos Coelho, mas nega a prática de qualquer crime. Um desses telefonemas, segundo o banqueiro, terá servido para queixar-se do facto de a gestão do processo de privatização da EDP ter sido adjudicado à consultora Perella Weinberg.

“Não configura ilicitude, irregularidade ou sequer censura, o eventual protesto ou desabafo da minha parte perante membros da administração pública, destinado justamente a evidenciar a necessidade de garantir a transparência das regras do concurso e assegurar a igualdade de oportunidades facultadas aos concorrentes”, escreveu o presidente do BESI num comunicado no dia a seguir ao Expresso ter revelado a existência de escutas com o primeiro-ministro, em outubro de 2012.

Contactado pelo Expresso, o gabinete de Passos Coelho recusou comentar.

RE

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