PM avisa Cavaco: eleições antecipadas lançam “incerteza” e perturbam regresso aos mercados.
“O PSD é hoje, indubitavelmente, a força política que mais serenidade, responsabilidade e sentido institucional tem mostrado aos portugueses”, afirmou o primeiro-ministro na abertura do Conselho Nacional do PSD.
Passos elogiou a iniciativa do Presidente da República de tentar um entendimento alargado de salvação nacional, mas deixou dois avisos: primeiro, que é preciso “um compromisso que tenha conteúdo porque não se trata de salvar a face a ninguém”; segundo, que “a incerteza lançada a um ano de distância quanto ao que pode resultar de eleições (não há coisa mais incerta) antecipa essa incerteza para hoje e pode comprometer as condições de regresso ao mercado”. É preciso “cuidado a lidar com este tópico”, afirmou.
Acautelando o confronto com o PS na parte previsivelmente mais difícil das negociações a decorrer – as medidas de austeridade – Passos disse que “a austeridade não é uma opção ideológica, é uma necessidade que se impõe”.
“Quando se está em guerra não se limpam armas”, afirmou o PM aos conselheiros do partido, a quem lembrou que o PSD soube viabilizar orçamentos e PEC’s de anteriores Governos socialistas e, por isso, acredita que todos os partidos convocados por Cavaco estejam empenhados num compromisso.
Reconhecendo que há dificuldades na coligação, Pedro Passos sublinhou que houve capacidade para “manter a estabilidade” e isso, disse, “é o que interessa. O resto fica para as nossas memórias e garanto-vos que teremos todos muito que contar”, rematou.
