PCP acusa Governo de não assumir responsabilidade pelas florestas

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O PCP acusou hoje o Governo de não assumir a responsabilidade política pela causa central dos incêndios, o estado da floresta, criticando as restrições orçamentais e poupanças no sector.

“Quando os principais responsáveis, ministro e secretário de Estado da Administração Interna, perante o crescer do número de ocorrências e área ardida, da dimensão e duração de alguns incêndios florestais, voltam a invocar as condições meteorológicas adversas e os incendiários, estamos perante a fuga a assumir a responsabilidade política pela causa essencial e central dos incêndios, o estado da floresta portuguesa”, afirmou Agostinho Lopes, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Para este membro do Comité Central do PCP, “os constrangimentos e restrições orçamentais” também justificam a atual situação, como “a total ausência de investimentos do PRODER” nas florestas, “o forte e cego condicionamento financeiro” dos serviços do Estado para a floresta, “os desvios” do Fundo Florestal Permanente ou a “ausência” de um papel activo das Zonas de Intervenção Florestal.

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Ao nível dos meios de combate aos incêndios, o PCP reconhece melhorias, mas, no entanto, aponta “carências” de vigilantes e viaturas nas áreas protegidas e “atrasos” no reequipamento de viaturas dos bombeiros, além de referir que bombeiros e serviços municipais de proteção civil continuam fora do SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal).

“Consideramos que as questões centrais são do ponto de vista da floresta portuguesa e aqui a evolução foi zero ou quase zero. Se algumas questões não tiverem resolução rápida, poderemos entrar numa situação mais grave do que a atual. E há constragimentos orçamentais que impedem investimentos”, alertou, referindo-se também aos Ministérios da Agricultura e do Ambiente.

“Vamos acompanhar a evolução da situação e no ínicio da legislatura vamos procurar que estas questões e atrasos na resposta aos problemas estruturais da floresta tenham outra presença, porque determinarão uma evolução segura e consolidada de proteção da floresta portuguesa”, acrescentou o deputado do PCP, rejeitando a hipótese de convocar a Comissão Permanente da Assembleia da República.

Sobre a falta de meios, Agostinho Lopes deu o exemplo do Parque Natural do Douro Internacional, o qual esteve, segundo disse, “todo o ano de 2009 sem um veículo de primeira intervenção e sem um vigilante da natureza”.

Já no Parque Nacional do Gerês, segundo o deputado comunista, “dez viaturas todo o terreno estiveram recentemente todas avariadas e um dos tratores que trabalhava na abertura do caminho deixou de ser utilizado por falta de dinheiro para o gasóleo”.

“Isto parece ridículo, mas é a situação vivida em muitas destas áreas. Basta falar com técnicos e funcionários. Isto resulta inevitavelmente de uma política de restrições orçamentais”, acusou.

AL/JA

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