PCP chama Governo ao Parlamento para explicar a pobreza

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O Parlamento vai realizar esta quarta-feira, por iniciativa do PCP, um “debate de atualidade” sobre a questão da pobreza em Portugal. Na semana passada, dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelaram que em 2013 houve um agravamento da situação. Nesse ano, 19,5% das pessoas estavam em risco de pobreza, contra 18,7% em 2012.

Os menores de 18 anos são o grupo etário mais flagelado, segundo o INE. O risco de pobreza em 2013 era já superior a um em cada quatro (25,6%), quando no ano anterior se cifrava nos 24,4%.

Em declarações aos jornalistas, à margem das jornadas parlamentares do PCP que decorrem em Aveiro, o deputado Jorge Machado recua dois anos em relação a estas estatísticas do INE para vincular o Executivo de Passos Coelho ao aumento da pobreza no país. “Entre 2011 e 2013 registou-se um aumento de 30% do número de pobres em Portugal, tendo nesse período mais 629 mil pessoas ficado nessa situação. É um agravamento sem precedentes”, diz Jorge Machado.

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No final da semana passada, num comentário aos dados do INE, o primeiro-ministro afirmou que os números são “um eco daquilo por que passámos, não é a situação que vivemos hoje”. Uma explicação contestada pelos deputados comunistas. “O Governo, por muito que queira disfarçar, é responsável por este aumento”, aponta Jorge Machado.

O “debate de atualidade” é uma figura regimental da Assembleia da República que obriga à presença do Governo. Questionado sobre o nível de representação que espera ver do lado do Executivo, o parlamentar comunista diz que a discussão “deve ter a dignidade que merece”. Por isso, acrescenta Jorge Machado, “não seria aceitável ir ao Parlamento um secretário de Estado”.

Os comunistas aguardam, assim, a comparência do responsável máximo da pasta, Pedro Mota Soares, “o ministro da dita solidariedade e do dito emprego”, ironiza o deputado comunista.

As jornadas parlamentares do PCP terminam esta terça-feira em Aveiro. O programa do último dia é madrugador. Desde as sete da manhã que deputados comunistas estão na rua, num programa iniciado com contactos com os utentes dos caminhos de ferro e uma viagem sobre carris entre Águeda e Aveiro (no célebre comboio Vouguinha).

RE

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