PCP classifica de “absurda” isenção de portagens só para alguns concelhos

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O secretário geral do PCP classificou ontem de “absurda” a proposta de isentar de portagens cinco concelhos do Algarve ao longo da Via Infante (A22) e diz-se preparado para estar na primeira linha a lutar contra as “portagens atabalhoadas”.

“No caso da Via do Infante, a proposta do Governo de isentar apenas os cinco concelhos em toda a via é um completo absurdo. Como se fosse apenas este o critério que esteve subjacente à criação das SCUT (sem custos para o utilizador)”, declarou Jerónimo de Sousa, aplaudido por algumas dezenas de militantes comunistas que participaram hoje numa sardinhada junto à fonte da aldeia de Alte, no interior do Algarve.

Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP “está presente no protesto contra as portagens atabalhoadas no país e no Algarve” e lembrou que a Estrada Nacional 125 não é “uma alternativa que garanta com eficiência e segurança os fluxos rodoviários” e “muito menos quando se arrastam sem explicações credíveis as obras da sua requalificação”.

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Sobre o Plano de Estabilidade Económico (PEC) e as medidas que esta semana entraram em vigor, Jerónimo de Sousa reiterou que se trata de um programa “anti social e anti popular contra os trabalhadores, o povo e as suas condições de vida”.

“Diz o Governo que não há dinheiro. Nós dizemos que é uma falsidade. Há dinheiro. O que é preciso é acabar com a cruel injustiça fiscal portuguesa e ir buscar recursos aonde eles efetivamente existem. Bastaria o Governo aceitar as propostas do PCP”, reagiu, propondo a criação de um imposto sobre as transações financeiras e sobre as transferências financeiras para os paraísos fiscais.

“Só esse imposto significaria 2.300 milhões de euros de receita fiscal adicional, tendo como referência o ano de 2009. E pôr a pagar o sector bancário e os grandes grupos económicos uma taxa efetiva de 25 por cento de IRC que não paga, deixando de poder deduzir qualquer tipo de benefícios fiscais até ao final de 2013”.

Segundo o secretário geral do PCP, juntamente com a tributação extraordinária (…) durante os anos de aplicação do PEC, teríamos cerca de 2.900 milhões de euros de receita adicional”, ou seja “três vezes mais do que o que se pretende cobrar adicionalmente com as medidas contra o investimento, os salários, as reformas e os preços dos bens essências”.

Sobre o desemprego, Jerónimo de Sousa afirmou que depois da sazonalidade que se regista normalmente no verão com um aumento de trabalho precário, os números de desempregados vão aumentar.

“É inevitável que a sazonalidade vá disfarçar o desemprego, mas depois de setembro vai agravar-se e é o resultado da política económica atual”, acusou o líder dos comunistas.

CCM

Lusa/JA

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico ***

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