PCP diz que há “limpeza administrativa dos ficheiros do IEFP”

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O PCP acusou hoje o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de fazer “limpeza administrativa” dos seus ficheiros com base em “critérios políticos” para iludir que o país está a recuperar da crise.

“Verificamos que há uma contradição matemática, objetiva e numérica entre o número de trabalhadores que se inscrevem no IEFP e o número de trabalhadores colocados em postos de trabalho”, afirmou hoje Jaime Toga, membro da comissão política do comité central do PCP.

Em declarações aos jornalistas, o responsável pelo PCP no Porto realçou “uma diferença de milhares [de desempregados], que não é absorvida pelo número de trabalhadores que se reformam, [nem] pelos que são colocados no mercado de trabalho nem pelas mortes”.

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“Não conseguimos vislumbrar nenhum outro motivo que não a limpeza administrativa dos ficheiros do IEFP para justificar esta diferença de milhares de trabalhadores do Porto”, realçou Jaime Toga, adiantando que “é uma situação que tem uma dimensão muito significativa em todo o país”.

Segundo o responsável comunista, “a postura do IEFP não é assumida por um qualquer funcionário ou por uma qualquer direção”, considerando que “são decisões que obedecem a critérios políticos, a direções políticas que estão no Governo, nomeadamente no ministério do Trabalho e da Segurança Social”.

Em conferência de imprensa, Jaime Toga realçou “o esforço do Governo em trabalhar os dados estatísticos para atirar foguetes e iludir de que o país está a recuperar da crise em que está mergulhado”.

O estudo realizado pela direção da organização regional do Porto evidencia que “o número de desempregados colocados pelo IEFP é muito baixo”, o que, acrescentou, “revela a incapacidade do Governo em resolver o problema do desemprego”.

“No Porto inscreveram-se 58.769 desempregados e foram colocados pelo IEFP apenas 4.262, ou seja, no distrito os centros de emprego apenas conseguem colocação para 7,3 por cento dos desempregados inscritos, valor muito inferior à média nacional que é de 10,3 por cento”, acrescentou.

Para o responsável, “importa adotar políticas alternativas capazes de solucionar os problemas dos trabalhadores e das populações”, considerando que “é possível um outro rumo com uma outra política, criando emprego, defendendo e promovendo a produção nacional”.

A Lusa contactou o IEFP, que até ao momento ainda não comentou estas críticas.

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