Fernando Reis foi um amigo generoso com quem era um prazer discutir o mundo à nossa volta, sobre o qual caiam nuvens negras que amolgavam a liberdade e para onde mais se voltava a curiosidade dos jovens.
Habitou comigo como aluno do Liceu, na mesma carteira, e foi sempre um bom aluno, que não copiava, que era honesto. Honesto como seria durante toda a sua vida.
Pelo tempo fora e pelo caminho seguido por cada um de nós, com alegrias e desilusões em que a vida é fértil, nunca nos desligámos, antes ficámos sempre mais próximos.
Antes e ao longo da minha vida política e sobretudo como autarca, vi nele as mesmas raízes que tinha comprovado como aluno do Liceu e que a vida, a Faculdade e outras experiências moldaram como um jornalista independente, sério, credível, cujo Jornal do Algarve, que dirigiu até ao dia derradeiro da sua vida, era o testemunho maior.
Teve sempre a capacidade de gerir os conflitos da sociedade, sem criar brechas no jornalismo que defendia, caracterizado pela liberdade e pela transparência. Um jornalismo independente.
Com o seu desaparecimento, perdemos todos, com as horas mais difíceis e irreparáveis a pertencerem à sua família, com assento maior na sua esposa Luísa Travassos e nas suas filhas Susana Travassos e Marta Reis, na qual habita o maior choque das suas vidas.
Perdeu o jornalismo independente, credível, honrado e livre, um dos seus maiores seguidores.
Cumprimento o Jornal do Algarve e toda a sua família, deixando um abraço de gratidão por me terem escolhido como um dos vossos amigos.
Vítor Aleixo
*Presidente da Câmara Municipal de Loulé