A Polícia Judiciária está a investigar a LibertaGia, uma empresa que opera um alegado esquema fraudulento em pirâmide e cujo presidente, Rui Pires Salvador, está já sob a mira das autoridades espanholas.
Também a associação de defesa de consumidores Deco adiantou à Lusa ter recebido dezenas de queixas de pessoas que se sentiram lesadas pela empresa, que promete um serviço remunerado a 350% por ano.
Em Espanha foi já criada a Plataforma de Afectados de LibertàGià (www.afectadoslibertagia.com), que reúne um conjunto de afiliados da empresa com o objetivo de recuperar o seu dinheiro. A adesão à plataforma implica o pagamento de 51 euros para cobrir os gastos da representação legal, a cargo do escritório Lemat Abogados.
Em declarações à Lusa, o responsável jurídico do escritório, José García Cabrera, adiantou que representa, até ao momento, cerca de 500 pessoas em Espanha, estimando que existam entre 1,8 e 3 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo, das quais cerca de 250 mil são espanholas.
A notícia de que a justiça espanhola está a investigar o português Rui Pires Salvador por burla foi divulgada no fim de semana pelo jornal “El País”.
Rui Salvador é descrito pelo “El País” como um antigo empregado de mesa e ex-motorista de autocarros com um talento de “apresentador evangélico”. Depois de ter convidado uma centena de pessoas, a maioria deles cidadãos estrangeiros, para uma apresentação da LibertaGia no Parque das Nações, em Lisboa, em outubro de 2013, o esquema cresceu rapidamente. Salvador explicava nas sessões de recrutamento de novos investidores que era possível a quem investisse conseguir um retorno anualmente de até 350%.
O modelo inventado pelo português tinha como base para gerar receitas a visualização de anúncios na internet. Segundo as apresentações que Rui Salvador fazia, era possível ganhar 70 euros por dia apenas com a visualização de publicidade, sendo que haveria anunciantes que pagavam teoricamente por essas campanhas online à LibertaGia. Havia depois um sistema com cartões bancários atribuídos aos investidores que deveriam servir para receberem os lucros obtidos.
Em causa está um esquema piramidal que ascende a mais de mil milhões de euros.
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