Pode estar em curso a construção do maior colonato judeu dos últimos 30 anos

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Israel anunciou este domingo a expropriação de 400 hectares de terras palestinianas no sul da Cisjordânia. Os terrenos situam-se junto ao pequeno colonato de Gva’ot, próximo de Belém, onde vivem dez famílias.

“Tanto quanto sabemos, pelo seu alcance, esta declaração não tem precedentes desde a década de 80. E pode mudar dramaticamente a realidade em Gush Etzion [um aglomerado de colonatos a sul de Jerusalém] e na região de Belém”, reagiu a organização não governamental israelita Peace Now (Paz Agora), que pugna pela solução de dois Estados para a resolução do conflito israelo-palestiniano e que tem no escritor Amos Oz um dos seus fundadores.

O departamento do exército israelita que está encarregado da administração civil nos territórios ocupados afirmou que a medida decorre das decisões políticas tomadas após o rapto e morte de três jovens judeus, a 12 de junho, perto de Gush Etzion.

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O Conselho de Colonatos de Etzion saudou o anúncio das autoridades de Telavive. “O objetivo dos assassinos daqueles três jovens era semear o medo entre nós, perturbar o nosso quotidiano e lançar dúvidas sobre o nosso direito à terra”, reagiu em comunicado. “A nossa resposta é o reforço do colonato.”

O diário israelita “Haaretz” informou, porém, que os planos de construção nesta área já estão na agenda israelita desde 2000 e que, no ano passado, o Governo de Telavive convidou à apresentação de propostas de construção de 1000 novas casas naquele local.

Planos antigos

Gva’ot foi fundado em 1984 como uma base militar israelita entre as aldeias palestinianas de Al Jab’a e Nahhalin. Durante a década de 90, os militares foram substituídos por alunos de uma escola religiosa judaica (yeshiva) e, em 1998, o local foi incluído dentro das delimitações oficiais do colonato de Alon Shvut.

Segundo a organização Peace Now, a nova decisão “irá permitir ainda mais a expansão do colonato e é possível que vá unir Gva’ot à Linha Verde”, que oficialmente serve de fronteira entra Israel e a Palestina.

“Este anúncio representa claramente a intenção deliberada de Israel varrer qualquer presença palestiniana e impor voluntariamente uma solução de um Estado”, reagiu Hanan Ashrawi, dirigente histórica da Organização de Libertação da Palestina, entidade que representa o povo palestiniano junto das Nações Unidas.

A política israelita de expansão de colonatos em território palestiniano é considerada ilegal pela União Europeia e um “obstáculo à paz” pelos Estados Unidos. Washington reagiu à decisão de Telavive considerando-a “contraprodutiva”. “Pedimos ao Governo de Israel que reverta a decisão”, reagiu o Departamento de Estados dos EUA.

RE

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