Poesia a Sul “invade” espaços improváveis da cidade de Olhão

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A quarta edição do Encontro Internacional Poesia a Sul Olhão 2018 decorre em velocidade de cruzeiro. Teve início na sexta-feira e prolonga-se até ao próximo domingo. Já aconteceram vários momentos altos, como a homenagem a João Lúcio, cujo centenário da sua morte a Câmara de Olhão está a assinalar, e a palestra pela ‘pessoana’ Teresa Rita Lopes sobre o “Livro do Desassossego”.

Na inauguração, que decorreu junto à estátua do poeta olhanense João Lúcio e na Associação Cultural Re-Criativa República 14, o presidente da Câmara de Olhão, António Miguel Pina, destacou o “salto” que este evento já conseguiu dar em termos de público e referiu-se à “descentralização do evento por vários locais do concelho, Algarve e Espanha”.

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A diretora regional de Cultura, Alexandra Gonçalves, elogiou a organização do Poesia a Sul, uma iniciativa municipal que tem como comissário o poeta Fernando Cabrita, realçando que “têm feito um trabalho brilhante” e que “cada vez há mais público a partilhar o gosto pela poesia”. A comissária do Programa Cultural 365 Algarve, Anabela Afonso, referiu-se a Olhão como um local “intercultural” e destacou o facto de o Poesia a Sul “invadir vários espaços, alguns bastante improváveis”.

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De facto, um pouco por todo o concelho de Olhão podemos encontrar versos por estes dias. O Poesia a Sul é apoiado pelo Programa 365 Algarve e é a prova viva de que “o Algarve fora da época alta pode ser atrativo”, como salientou Anabela Afonso na sessão inaugural. E assim se coloca Olhão “no roteiro das atividades culturais a nível nacional e internacional”, segundo Fernando Cabrita, um dos mentores desta iniciativa de grande dimensão cultural.

Com a participação de poetas de dezenas de países, que durante 10 dias fazem de Olhão a sua casa, o Poesia a Sul recebeu este fim de semana Teresa Rita Lopes, que dissertou sobre o “Livro do Desassossego” (o livro da vida de Fernando Pessoa), perante uma casa cheia no Museu Municipal de Olhão – Edifício do Compromisso Marítimo. “É o livro de Pessoa mais vendido e traduzido em mais de 100 países”, revelou a estudiosa, dando a conhecer os semi-heterónimos do poeta que surgem nesta obra emblemática, assim como algumas características do próprio Pessoa, muitas delas desconhecidas do público.

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Fernando Pessoa foi novamente evocado no sábado, desta vez no Auditório Municipal, onde o ator espanhol Iker Ortiz De Zarate apresentou Buenas Noches Sosiego, uma peça de teatro baseada numa montagem com textos do poeta, pensador e filósofo português, incluindo o Livro do Desassossego.

Outro dos pontos altos dos primeiros dias da edição de 2018 do Poesia a Sul foi a homenagem ao poeta de origem olhanense e dimensão universal João Lúcio, cujo centenário da morte se assinala no próximo dia 27. Na Associação Cultural Re-Criativa República 14, Fernando Cabrita evocou a sua vida e obra abordando as suas várias dimensões: escritor, poeta metafísico, pensador e introdutor do modernismo enquanto corrente literária em Portugal.

Esta terça-feira, os alunos olhanenses ficam a conhecer alguns dos poetas participantes nesta edição do Poesia a Sul, através da iniciativa Poesia nas Escolas. Na Junta de Freguesia de Quelfes também houve poesia, que se prolongou pela noite dentro no bar Catita & Companhia.

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