Polémica: o verniz estalou de vez entre PS e o executivo PSD em Faro

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O verniz estalou de vez entre o PS de Faro e o executivo liderado pelo presidente social-democrata Rogério Bacalhau. Depois de o presidente ter admitido encerrar a empresa municipal Ambifaro, caso o processo de exploração do estacionamento tarifado por esta empresa não avance, o PS vem agora acusar o autarca farense de “tentativa de chantagem”.

O clima tenso entre os dois partidos aumentou na última reunião da assembleia municipal, onde foi chumbada a proposta de entrega à Ambifaro da exploração dos parquímetros na cidade. O caso gerou imediatamente uma troca de acusações de parte a parte, com Rogério Bacalhau a adiantar a hipótese de encerramento da empresa municipal.

Em resposta, o PS esclarece que defende que haja parquímetros a funcionar e até apoiou que essa função seja municipalizada, mas exige que seja feita uma auditoria à Ambifaro para esclarecer “a gestão ruinosa” dos últimos três anos.

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“Como tem o atual executivo PSD/CDS a ousadia de, sem sequer se dignar responder à assembleia municipal, vir propor que esta autorize acrescentar a este festim mais 600 mil euros/ano das novas receitas previstas do estacionamento tarifado, colocando em alternativa, o encerramento da empresa, cuja gestão ruinosa fez falir em três anos, impondo àquele órgão o ónus de tal desiderato?”, referem os socialistas, lembrando que, já em julho de 2018, a assembleia municipal de Faro aprovou a realização de uma auditoria à Ambifaro.

“A gestão da Ambifaro, que foi comandada pelo atual eleito presidente da freguesia de Faro, nestes três últimos anos, serviu apenas para se criar um ‘saco azul’ que permitiu contabilizar as despesas de propaganda municipal esquecendo o mercado municipal e os seus operadores. Infelizmente, o foco principal da gestão da Ambifaro nos últimos anos foi o de assumir encargos que a câmara não queria ou não podia contrair em áreas da animação, publicidade e mais empregos para a clientela de proximidade, que leva à insolvência e ao risco de encerramento legal da empresa”, lamenta o PS, frisando que as razões do pedido da auditoria foram “um desvio superior a 1 milhão de euros nos resultados previstos para 2017 e o aumento consecutivo dos gastos em fornecimentos e serviços externos, que conduziram a um prejuízo de 2,2 milhões de euros”.

Além disso, os socialistas denunciam que, até 2019, “a Ambifaro já despendeu com terceiros mais de 1 milhão e 690 mil euros em contratos de prestação de serviços, a maior parte constituído por ajustes diretos”.

Entretanto, enquanto dura esta polémica, o estacionamento tarifado em várias zonas de Faro está inativo, depois de os contratos com as empresas concessionárias não terem sido renovados pelo executivo. A intenção do presidente Rogério Bacalhau é passar a matéria para a gestão da Ambifaro, com o argumento de retirar lucro aos privados, ter flexibilidade na operação do estacionamento tarifado e mitigar os problemas financeiros da empresa.

“Ou me arranjam outra solução – porque estamos proibidos de colocar lá dinheiro diretamente – ou viabilizam esta. Vamos falar com o PS, mas estou convencido de que o bom senso vai imperar”, afirmou o presidente da Câmara de Faro, estimando que os parquímetros gerem um milhão de euros por ano de receita, valor a que seriam descontados 300 mil euros para manutenção e despesas com pessoal.

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