Políticos da área do governo alemão de centro direita exigiram hoje que a indústria automóvel participe nos custos do prémio ao abate de veículos em fim de vida introduzido em 2009, para combater a crise económica.
“Face aos lucros da indústria automóvel, esta deveria participar nas despesas dos contribuintes com o prémio de abate”, disse ao tablóide Bild o deputado democrata cristão Alexander Funk, da comissão parlamentar do orçamento.
O deputado liberal Daniel Volk, da mesma comissão, afirmou, por sua vez, que a indústria automóvel “foi a grande beneficiária” do prémio ao abate de veículos, “e é tempo de comparticipar nos custos”.
O prémio foi instituído em princípios de 2009 pelo executivo de Angela Merkel, no auge da crise económica e financeira internacional que abalou fortemente a indústria automóvel alemã, um dos setores-chave do país, e caducou a 2 de setembro, depois de esgotados os meios financeiros.
O Estado destinou cinco mil milhões de euros para este incentivo, que consistiu na atribuição de 2500 euros a cada comprador de um carro novo ou semi-novo que entregasse, simultaneamente, um veículo em seu nome para abate, com pelo menos nove anos de vida.
A iniciativa foi considerada um êxito, embora vários analistas a tenham criticado, afirmando que só beneficiou algumas marcas, sobretudo as que se especializaram na produção de veículos da gama baixa, de longe os mais pretendidos pelos que requereram o prémio.