População está pouco esclarecida em relação à pneumonia e prevenção

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O alerta é da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que realizou recentemete um estudo em Faro. Até ao próximo sábado decorre a Semana Europeia da Vacinação

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A maioria dos portugueses não conhece os sintomas da pneumonia e poucos são os que sabem quais as formas de prevenção. Segundo os resultados de um questionário realizado no final do ano passado, apenas 5,4% dos inquiridos estão vacinados contra a pneumonia, doença que, diariamente, mata uma média de 16 pessoas nos hospitais e obriga a 81 internamentos, só em Portugal.

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Relativamente a Faro, e a pesar da baixa taxa de vacinação, 93,2% dos inquiridos durante o Esquadrão da Pneumonia já tinha ouvido falar de pneumonia e 43,2% conhecia os sintomas. Apenas 34,2% sabia a diferença entre gripe e pneumonia e somente 34,7% sabia as suas formas de prevenção.

“Os portugueses ainda estão pouco esclarecidos relativamente à pneumonia e às principais formas de prevenção”, diz Carlos Robalo Cordeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

E os números falam por si. A nível nacional, 96% dos inquiridos durante a ação Esquadrão da Pneumonia já tinha ouvido falar da doença, mas apenas 38,2% conhecia os sintomas. E 71% afirmou não saber a diferença entre gripe e pneumonia e somente 25,5% sabia as suas formas de prevenção.

Os inquéritos foram realizados aos que se aconselharam no “Esquadrão da Pneumonia”, campanha de sensibilização e prevenção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), que percorreu o país ao longo de duas semanas com o objetivo de alertar a população para a pneumonia e para os problemas com ela relacionados.

A nível nacional, 7,6% declarou já ter tido uma pneumonia, a doença respiratória com maior incidência entre os inquiridos. No caso de Faro, a pneumonia teve 4% de incidência.

Dos 1021 participantes em Portugal, apenas 55 (5,4%) estavam vacinados contra a pneumonia. A precaução e o aconselhamento médico foram as razões apontadas por quem optou pela vacinação. A falta de aconselhamento, de conhecimento ou de informação, por outro lado, foram principais motivos apontados pelos que ainda não tomaram a vacina pneumocócica.

Em Faro, a taxa de vacinação pneumocócica foi ligeiramente superior à nacional: 8,6%, o equivalente a 19 pessoas, num universo de 222 pessoas inquiridas. As razões apontadas pró e contra vacinação foram semelhantes às do resto do país.

Para além da pneumonia, a vacina pneumocócica previne formas graves da infecção por pneumococos como a meningite e a septicémia e outras menos graves como a otite média aguda e a sinusite. Durante a Semana Europeia da Vacinação, que se comemora entre os dias 22 e 26 de abril, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia lança o alerta: “a vacinação é a melhor forma de prevenção”.

Sociedade Portuguesa de Pneumologia alerta para a importância da vacinação

Prevenível através de vacinação, a infeção por “streptococcus pneumoniae” (pneumococo) é uma causa comum de morbilidade e mortalidade. As crianças e os adultos a partir dos 50 anos, são os mais afetados pela doença pneumocócica, bem como grupos de risco, que incluem pessoas com doenças crónicas associadas como a diabetes, doenças respiratórias ou cardíacas, e que tenham hábitos como o alcoolismo e ou o tabagismo.

Um estudo internacional, que incluiu cerca de 85.000 adultos com 65 ou mais anos de idade, demonstrou a eficácia clínica da vacina pneumocócica conjugada (VPC13) na prevenção da pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em adultos. “Excelentes notícias” para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, para quem este resultado se traduz num “avanço significativo no combate à pneumonia”.

“Apesar dos eforços das sociedades científicas ao nível local, e das recomendações para a tomada de medidas preventivas, a pneumonia pneumocócica continua a ser um das principais causas de morbilidade e mortalidade nos adultos. Os resultados deste estudo e a consequente consciência do potencial da vacinação, vêm reforçar esta posição. Representam um enorme contributo para a melhoriada qualidade da saúde pública, não só em Portugal, como em todo o mundo”, acrescenta Robalo Cordeiro.

Apesar da maior incidência na época das gripes, a pneumonia não é sazonal e há mortes e internamentos durante os 12 meses do ano. É por isso, fundamental que se faça a vacinação, independentemente do mês ou da estação em que se está.

“A vacinação é a melhor forma de prevenção e pode ser feita em qualquer altura do ano”, explica o presidente da SPP, sublinhando que “ao contrário do que se pensa, a pneumonia não é sazonal. Há internamentos e mortes por pneumonia ao longo de todo o ano, pelo que consideramos que a prevenção deve constituir um acto contínuo na relação médico-doente”.

É cada vez maior o número de casos de pneumonia adquirida na comunidade: entre 2000 e 2009, ocorreram cerca de 8 milhões de episódios de internamentos de adultos em instituições do Serviço Nacional de Saúde em Portugal continental. 294.027 tinham pneumonia como diagnóstico principal.

1021 pessoas inquiridas

O inquérito da SPP foi realizado a 1021 indivíduos, 552 do sexo masculino e 469 do sexo feminino, entre os dias 12 e 26 de novembro de 2013, nas cidades de Lisboa, Faro, Coimbra, Viseu e Matosinhos. Os inquiridos tinham idades compreendidas entre os 16 e os 95 anos.

Todos os inquiridos foram abordados durante a ação Esquadrão da Pneumonia, campanha de sensibilização e prevenção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que percorreu o País o objetivo de sensibilizar a população para a Pneumonia e para os problemas com ela relacionados.

Em Faro foram entrevistadas 222 pessoas, 115 do sexo masculino e 107 do feminino.

A pneumonia

A pneumonia é uma infeção do pulmão que afeta sobretudo os alvéolos. Trata-se de uma doença com consequências graves para o doente, e elevados custos para a sociedade.

Pode afetar doentes de todas as idades, em especial os mais jovens e os mais idosos. São várias as formas de pneumonia, sendo a mais frequente a adquirida na comunidade.

Estima-se que nos países desenvolvidos ocorram 5 a 11 casos de pneumonia por ano, em cada 1000 habitantes adultos. Em Portugal, verificaram-se, entre 2000 e 2009, 294.027 internamentos de adultos por pneumonia, correspondentes a 3,7% do total de internados.

A pneumonia é responsável por óbitos em todos os grupos etários, mesmo em doentes jovens previamente saudáveis. Os últimos dados publicados no nosso país revelam uma taxa de letalidade intra-hospitalar nos adultos internados por pneumonia de 17,3%.

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