População jovem cai em meio milhão numa década

O número de jovens entre os 15 e os 29 anos caiu em Portugal quase meio milhão de pessoas na última década, destacam dados revelados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), onde se frisa que o fenómeno atingiu 301 dos 308 municípios portugueses, entre 2001 e 2011.

O país chegou a 2011 com apenas 1,8 milhões de jovens residentes, grupo que sofreu uma queda de 21,4% desde 2001, apesar da população nacional até ter tido um ligeiro aumento nesse período.

O INE põe em evidência o facto de os jovens terem “um peso expressivo na emigração: em 2012 estima-se em cerca de 26 mil o número de jovens emigrantes permanentes (50% do total) e em cerca de 27 mil os jovens emigrantes temporários”.

O estudo constata ainda que “os jovens casam-se cada vez mais tarde e aumentou o número de jovens que permanecem a residir com os pais”. Em 2011, “68,3% dos jovens residia com pelo menos um dos pais e 21,5% tinha constituído a sua própria família enquanto casal”.

Qualificações sobem, mas há abandono precoce dos estudos

Relativamente aos níveis de qualificação, o Instituto Nacional de Estatística põe a tónica no facto de terem aumentado na população jovem: “A percentagem de jovens, entre os 15 e os 29 anos, com curso superior passou de 8,3% em 2001 para 14,9% em 2011”. Apesar disso, ressalva o instituto, “ainda se verifica um elevado número de situações de abandono precoce de educação e formação, que atingia, em 2013, 18,9% dos jovens entre os 18 e os 24 anos”.

Entre 2011 e 2013, em média, cerca de 55% dos jovens dos 15 aos 29 anos estavam no mercado de trabalho (40,6% empregados e 14,4% desempregados), segundo relata o INE. A taxa de desemprego dos jovens foi de 26,3% nesse período, quase o dobro da taxa de desemprego total.

Acresce-se ainda o facto de os jovens dos 15 aos 29 anos terem “rendimentos do trabalho inferiores à média nacional, e essa diferença tem aumentado”, salienta o relatório do INE.

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