Portimão desperdiça 250 mil turistas de cruzeiro por ano

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Os deputados do PSD/Algarve Mendes Bota, Elsa Cordeiro e Cristóvão Norte criticaram a inércia do Governo em relação ao terminal de cruzeiros de Portimão, que dizem estar bloqueado no seu desenvolvimento. Segundo os sociais-democratas, “Portugal desperdiça ali, pelo menos, 250 mil turistas por ano”. E tudo porque faltam obras de dragagem e um rebocador para conduzir navios de grande dimensão até ao porto de Portimão

Os deputados Mendes Bota, Elsa Cordeiro e Cristóvão Norte visitaram na semana passada o porto de Portimão para se inteirarem em pormenor das potencialidades desta infraestrutrura no segmento de turismo de cruzeiros.

“Portugal desperdiça ali, pelo menos, 250.000 turistas por ano”, denunciaram os deputados sociais-democratas, que verteram as suas preocupações numa interpelação ao Governo, que tem como destinatário o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira.

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Na visita ao porto de Portimão, os deputados do PSD assistiram à operação do navio de cruzeiros “Ocean Princess”, o qual transportava 670 passageiros e 370 tripulantes. Falaram com responsáveis portuários, subiram a bordo, visitaram a embarcação e dialogaram com o capitão e outros membros do comando. Da visita e da troca de pontos de vista, ressaltou uma convicção: “Portugal desperdiça em Portimão um potencial enorme de desenvolvimento turístico, por falta de um reduzido investimento público nesta infraestrutura portuária”.

Ainda de acordo com Mendes Bota, Elsa Cordeiro e Cristóvão Norte, “Portimão está fora do grande mercado de cruzeiros, e poderia estar dentro”. E, para os sociais-democratas algarvios, a situação é fácil de explicar, assim como as contas são fáceis de fazer. “Em 2011, escalaram em Portimão 59 navios de cruzeiro, quatro deles tiveram que ficar ao largo. Mesmo assim, isto significou 45 mil turistas, sem contar com as tripulações. Cada turista despende em terra uma média de 60 euros por dia. O cais comercial tem apenas 220 metros de extensão, só pode acolher navios com comprimento inferior a 215 metros. Dez companhias detêm 80 por cento do mercado mundial. Dos seus 140 navios, apenas dez têm menos de 215 metros de comprimento, os restantes variam entre os 215 e os 300 metros. Mais uma vez, a conclusão é simples: Portimão está fora do mercado”, defendem.

“Está na hora de uma nova dragagem”

Mendes Bota, Elsa Cordeiro e Cristóvão Norte salientaram ainda que estes grandes navios, que transportam 3.000 a 3.500 turistas, mais os tripulantes, precisam de um canal de acesso e de uma bacia de manobras com profundidade entre os 10 e os 12 metros.

O problema é que, denunciam, “atualmente, há muitos pontos do canal de acesso que não ultrapassam os seis metros de profundidade”, sendo necessário proceder a dragagens de quatro em quatro anos. A última data de 2008, adiantam os sociais-democratas, frisando que “está na hora de uma nova dragagem, que alargue o canal de acesso para uma largura entre os 200 e os 250 metros (atualmente é de 150 metros), e de uma bacia de manobra com 450 metros de diâmetro (atualmente fica-se pelos 150 metros)”.

Os deputados do PSD/Algarve criticam ainda o facto de o porto algarvio nunca ter beneficiado de melhoramentos desde a sua construção, nos tempos dos governos de Cavaco Silva. “São necessários cerca de 25 milhões de euros de investimento para proceder às dragagens necessárias, à extensão do cais comercial em 220 metros e à aquisição de um rebocador próprio”, reivindicam.

Porém, antes disso, os deputados dizem que é necessário estabelecer um quadro de prioridades, já que não é possível lançar um concurso para a realização de dragagens, nem concorrer aos fundos comunitários, se não for feito o estudo técnico correspondente. “Este, compete ao LNEC, não existe ainda, levará no mínimo nove meses a estar concluído, estima-se que custe 90 mil euros, e não está sequer encomendado. Esta, é a prioridade das prioridades, e o seu custo não é significativo, mas a sua realização é indispensável, e condiciona todos os outros investimentos”, frisam os sociais-democratas.

Só a título de exemplo, os responsáveis explicam que Málaga construiu nos últimos 10 anos dois novos terminais para cruzeiros grandes, e dois terminais para navios de pequena e média dimensão. “O circuito Málaga – Cádiz – Portimão – Lisboa é fundamental. Cada porto dista, entre si, uma noite de viagem”, apontam.

Perante este cenário, e face à potencialidade turística que o porto de Portimão representa, “podendo rapidamente atingir os 250 mil visitantes em turismo de cruzeiros”, os deputados do PSD/Algarve reclamam mais investimentos no porto de Portimão.

Outra das reivindicações prende-se com a criação de uma Administração Portuária do Algarve, “com meios próprios e autonomia administrativa e financeira”.

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