Portugal foi dos países que mais cortou na Educação

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Portugal foi um dos países que mais sentiu os efeitos da crise financeira mundial e o sector da Educação não escapou às dificuldades. Segundo o relatório Education at a Glance, entre 2010 e 2012 o país figurou entre os que mais reduziram a despesa pública nesta área.

Em termos de % do PIB, o dinheiro dedicado à Educação passou de 4,2% em 2008 para 4,9% em 2010, recuando depois para 4,5% em 2012, voltando a estar abaixo da média da OCDE.

Olhando para a totalidade da despesa pública, também se constata que a Educação passou a ter um peso menor nos gastos do Estado: de 10% em 2010 contra 9,8% em 2012.

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É certo que o desempenho educativo de cada país depende de muitos factores além da riqueza dedicada. A Finlândia gasta relativamente mais (6,1% do PIB) e apresenta resultados igualmente superiores. Já a Suécia não se fica muito atrás na despesa em Educação, mas a sua prestação tem vindo a cair nos resultados internacionais tem caído. A Polónia, por seu turno, tem dedicado menos dinheiro do que a média da OCDE, mas o seu desempenho tem surpreendido pela positiva.

Mas o facto é que Portugal gasta menos por aluno do que a média da OCDE. Ao nível do ensino básico, do secundário, mas sobretudo do superior. A OCDE usa uma medida construída (dólares ppp) que permite comparar os gastos entre países, anulando os efeitos do poder de compra e diferenças de câmbio. E conclui que a diferença chega quase aos seis mil dólares. São pouco mais de 9 mil que se gasta por aluno do superior em Portugal, contra 15 mil em média na OCDE.

Famílias pagam mais

Outra tendência revelada pelo Education at a Glance traduz-se num aumento significativo da despesa que os privados (por oposição ao Estado) têm com o ensino superior. Por outras palavras, o esforço das famílias aumentou consideravelmente nos últimos anos.

Há países onde o financiamento privado da educação superior é ainda mais elevado – como os Estados Unidos, o Japão ou a Coreia do Sul, com percentagens acima dos 60%. Mas Portugal insere-se num segundo grupo de Estados com valores elevados (acima dos 45%) de custos assumidos pelas famílias. Na Áustria, Finlândia ou Noruega, onde as propinas são baixas ou inexistentes, o financiamento privado fica abaixo dos 5%.

Isabel Leiria (Rede Expresso)

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