A “crise energética” está a agravar-se a cada minuto que passa na região algarvia, devido à greve ao transporte de matérias perigosas que tem provocado uma autêntica corrida aos combustíveis ao longo dos últimos dias, uma situação que já é considerada “crítica” e “preocupante” para todo o Algarve neste período da Páscoa.
A situação está a preocupar os empresários da hotelaria e do turismo, já que muitos serviços podem ser afetados pela falta de combustível numa das épocas de maior afluência turística no Algarve.
Para piorar a situação, os responsáveis do sindicato de motoristas denunciaram, ontem à noite, após uma reunião com o ministro do Planeamento e Habitação, que os serviços mínimos apenas assegurariam o abastecimento de Lisboa e Porto, tendo, inclusivamente, um destacado responsável sindical produzido declarações em que antevê graves dificuldades para o Algarve durante o período da greve.
Para o PSD Algarve, esta situação – de a região ficar sem abastecimento de combustíveis na Páscoa – “é tragédia antecipada e injustiça clamorosa”.
“É absurdo que aqueles que não têm alternativas de transporte público, têm menos recursos e maiores entraves de mobilidade, paguem o preço de uma decisão do Governo que mais uma vez só atende ao mapa eleitoral”, lê-se num comunicado da distrital do PSD.
Os deputados Cristóvão Norte e José Carlos Barros exigem “garantias que o aeroporto, os serviços de proteção civil e os cidadãos sejam protegidos, nas mesmas condições que Lisboa e Porto, ainda mais no período de Páscoa, em que o Algarve duplica a sua população, tal pode representar tremendos prejuízos”.
A greve dos motoristas de matérias perigosas começou à meia-noite de segunda-feira, convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Neste momento, a maioria dos postos de combustível entre Aljezur e Tavira já estão fechados.
O sindicato já deixou entender que “o estado crítico irá aumentar”, mesmo depois de o Governo ter avançado com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.