Portugal tem bi-campeão do Mundo de Patinagem Artística

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Dançar sobre oito rodas não é tarefa fácil, mas para Hugo Chapouto, 25 anos, natural de Matosinhos, parece uma brincadeira de crianças. Tanto assim é que levou ontem para casa a segunda medalha de Ouro consecutiva em Campeonatos do Mundo de Patinagem Artística, desta vez em Portimão. Agora, vai ‘reformar-se’ da competição e dedicar-se a fazer… casas.

Hugo Chapouto, 25 anos, ganhou duas Taças da Europa e dois Campeonatos do Mundo. Vai abandonar carreira porque patinagem em Portugal não dá para sobreviver
Mário Lino
Não se pense que Hugo, o patinador português que atingiu o mais alto patamar entre os seus pares, vai viver dos rendimentos. Muito pelo contrário. Chapouto, que acabou no ano passado um mestrado em Arquitectura, vai deixar a patinagem porque não há forma de se profissionalizar em Portugal.

“O factor principal para o meu abandono é efectivamente a falta de apoios que o desporto não-profissional tem em Portugal, estamos a falar de uma modalidade não-olímpica, estamos a falar de atletas que treinam entre 6 a 8 horas por dia que tem um investimento financeiro muito grande pessoal e o retorno não existe a não ser fazer uma coisa que gostamos, uma pessoa não vive a pão e água”, afirma ao Expresso.

E assim, depois de ter conseguido por duas vezes os títulos de Campeão da Europa e agora também bisar a medalha de Ouro, como Bi-Campeão do Mundo, Hugo Chapouto vai arrumar os patins e dedicar-se à vida de arquitecto, fazendo ‘uma perninha’ como treinador.

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“A primeira medalha de Ouro na patinagem portuguesa, alcançada no ano passado, foi um feito inédito e isso só foi conseguido com muito trabalho. Isso serve para provar não só a mim mas sobretudo aos mais novos, agora como treinador, que não vale a pena andar à procura só das crianças talentosas: é preciso ensinar-lhes o valor do trabalho e a hombridade do trabalho”, conclui.

Público aplaudiu de pé, ao som do hino nacional

Em Portimão, no Campeonato do Mundo de Patinagem Artística, Hugo Chapouto levou a melhor medalha na disciplina de solo dance (dança a solo, séniores masculinos), com quatro pontuações máximas na nota artística. O público aplaudiu-o de pé e Hugo admitiu que ‘acusou a responsabilidade de actuar em casa’, mas na hora do adeus reconhece a importância da sua carreira para a valorização da modalidade em Portugal. Na hora de receber a medalha, chorou, emocionado e o público aplaudiu de novo efusivamente, ao som do hino e com o hastear da bandeira nacional.

Nos homens, a medalha de prata ficou para Daniel Morandin e a de bronze para Diego Brun, dois italianos. O quarto lugar foi para o português Paulo Santos, que já contou com a orientação de Chapouto como treinador. A também portuguesa Carolina Andrade obteve a melhor classificação feminina nacional, com uma medalha de bronze nos Júniores.

O Campeonato do Mundo em Portugal decorreu entre 24 de Novembro e 4 de Dezembro e atraiu ao país mais de 1.500 patinadores, de 26 países e quatro continentes. Só África não se fez representar.

Mário Lino/ Rede Expresso

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