Portuguesa morre em queda de avião argentino no Uruguai

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Um avião argentino caiu na noite desta quinta-feira logo depois de decolar do aeroporto de Laguna del Sauce, na cidade uruguaia de Punta del Este. A aeronave teria explodido ainda no ar, segundo o forte estrondo ouvido por moradores da área e pela torre de controlo do aeroporto. Logo após a queda numa lagoa, o avião ficou metade submerso enquanto as chamas consumiram a parte acima da superfície. Com a queda, todas as 10 pessoas que viajavam na aeronave morreram, entre as quais a portuguesa Marta Vieira Pires, de 41 anos.

Marta Pires mudou-se a Buenos Aires há cerca de 10 anos para trabalhar no comando do Sector Cultural da Embaixada portuguesa na Argentina. Também dirigiu o Instituto Camões. Mesmo com o corte em pessoal nas Embaixadas por questões de orçamento público, Marta Pires continuou em Buenos Aires por conta própria e passou a trabalhar na organização de eventos, exposições e espetáculos.

Na sua página no Facebook, Marta Pires escreveu às 19 horas de quinta-feira (22 horas em Lisboa) que embarcava no aeroporto argentino de San Fernando, na periferia de Buenos Aires, de onde partem voos privados. Duas horas depois, sua mãe Romi Vieira surpreende-se com a viagem com uma pergunta: “Vais viajar?”. A partir da uma da manhã de quinta-feira (4 da manhã em Lisboa), quando o nome de Marta foi divulgado pelas autoridades uruguaias, os amigos entram em comoção. Incrédulos, entre o espanto e a dor, as expressões de tristeza sucedem-se tanto quanto os noticiários argentinos e uruguaios repetem a notícia.

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Um elemento da equipa de resgate descreve a primeira informação que confirmava a tragédia: “Resgate: estou em comunicação com o comissário que está na zona e que me confirma impacto fatal, tudo carbonizado. Atenção para a operação”.

Um superior explica a impossibilidade para descer com helicóptero, devido às chamas. “O helicóptero mantém-se (parado no ar) porque não pode descer a escada devido o fogo. Não use a escada. Temos um especialista na zona de aterragem”, avisa o superior.

O avião, um Beech B-90, caiu às 20h37 (23h37 de Lisboa) numa zona de difícil acesso ao Norte do aeroporto. Eram oito passageiros e dois pilotos. Com a exceção de Marta, todos argentinos. Depois de terem partido originalmente de San Fernando na Argentina rumo a Punta del Este no Uruguai, o voo regressava ao seu local de origem

Os passageiros integravam um grupo que controla o Centro de Convenções “La Rural” em Buenos Aires. Formavam parte de uma equipa de gestão para pôr em marcha um Centro de Convenções em Punta del Este. Viajavam ao Uruguai com ida e volta no mesmo dia para uma reunião de trabalho.

“As 20:45h, começou a operação de resgate. Localizamos o avião semi-submerso, já em chamas na parte posterior da fuselagem que ficou descoberta. Já encontramos sete corpos do lado de fora e continuamos com a busca dos outros três que estão no interior da aeronave, muito afetados pelo fogo. Tivemos dificuldades para ter acesso à zona. Foi necessário usar uma embarcação. Há combustível ao redor da aeronave que caiu com um giro de 180 graus, apontando em direção ao aeroporto de onde partiu”, descreveu ao Expresso o Chefe de Relações Públicas do Corpo de Bombeiros, Leandro Palomeque. As tarefas de resgate dos corpos foram interrompidas por falta de visibilidade até as 7 da manhã (10 da manhã em Lisboa).

O avião, construído em 1969, pertencia à empresa de táxi aéreo argentina Aviajet. Em novembro de 2013 protagonizou uma aterragem forçada com o trem de pouso retraído no aeroporto de San Fernando, em Buenos Aires. Os danos na ocasião foram menores.

RE

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