Portugueses chegam a Santiago a pé para “fazer companhia” a Bento XVI

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O casal lisboeta Inês e Tomás Almeida chegaram a Santiago de Compostela ao fim de uma peregrinação de mais de cem quilómetros, com o objetivo de “fazer companhia” ao papa, que ontem visitou este santuário católico.

Nos últimos dias, o casal de peregrinos percorreu mais de cem quilómetros na Via da Prata, um dos caminhos de peregrinação a Santiago de Compostela, para mostrar o seu “amor àquele que é a cabeça da igreja”.

“O que nos atrai muito é a humildade constante deste papa. Bento XVI dá força através da sua atitude humilde e a clareza com que fala da fé”, afirmou Tomás Almeida, ao que a sua mulher acrescentou: “nós sentimo-nos atraídos pela verdade e por isso vimos, e depois dá-nos força para voltar para casa”.

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Inês confessa que a caminhada foi muito dura a nível físico, mas considera que representou “uma prova de fé”.

“Parecia assim um bocadinho entrar no mundo adulto e ver o que a vida custa em três dias. Conseguimos, com Deus”, referiu.

Foi também para mostrar apoio ao líder católico que um grupo de 40 jovens rapazes do movimento católico Schönstadt viajaram ontem de Lisboa até à cidade galega.

“Viemos para ouvir as palavras do papa. É sempre importante para um cristão vir buscar esta fonte de energia e a vivência do papa”, destacou à Lusa Afonso Côrte-Real, que salientou a importância de ouvir a mensagem do papa.

“Acreditamos plenamente que estas peregrinações nos fazem bem, nos fazem acreditar nos nossos ideais e a vivê-los e a pô-los em prática e é por isso que estamos aqui”, referiu.

Também natural da capital, Margarida Santos viajou com três amigas de propósito para participar na homilia do papa, ontem à tarde, e foi com alguma desilusão que viram o acesso vedado à praça da Quintana, uma das praças contíguas à catedral compostelana, onde a missa estava a ser transmitida em direto em ecrãs gigantes.

“Fico com muita pena de não conseguir, mas temos de ir a um ecrã e assistir assim à distância. Se calhar é uma coisa boa para oferecer ao Santo Padre porque vai-me custar muito”, afirmou à Lusa.

Um desalento compensado pela “grande emoção” que as quatro católicas sentiram ontem, ao final da manhã, quando Bento XVI saiu da catedral de Santiago de Compostela para saudar os milhares de fiéis que o aguardavam no exterior.

“Vimos o papa pertinho. Senti uma união grande entre nós e os espanhóis. Estivemos três horas à espera, mas valeu a pena”, garantiu.

Margarida Santos defendeu a importância da presença dos católicos na visita do papa: “Ele precisa das nossas orações e do nosso acolhimento, ele faz muito e é um representante de Cristo na Terra. Com tanta coisa que às vezes não corre tão bem, ele também precisa da presença das pessoas, da nossa oração, e de dizer ‘estou aqui, estou do teu lado’”.

Quando se aproximou a hora da missa, marcada para as 16:30, muitas centenas de peregrinos concentraram-se nas praças onde existiam ecrãs a transmitir a cerimónia, mas foram muitos os que viram o acesso vedado, devido às medidas de segurança.

À entrada da praça da Quintana, junto à catedral, todas as entradas estavam fechadas por grades e vários polícias impediam a entrada de pessoas, por o recinto já se encontrar cheio. Nas ruas do centro histórico eram muitas as barreiras de segurança, sempre com forte dispositivo policial, que controlavam as deslocações dos fiéis.

AL/JA

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