Portugal tem menos fumadores entre a sua população, sobretudo porque cada vez mais pessoas estão a deixar o vício. A conclusão consta do recente relatório sobre o tabagismo em Portugal, relativo a 2014/2015, apresentado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Maioria deixa de fumar sem ajuda
Os números mostram que a percentagem de ex-fumadores diminuiu de 16,1% para 21,7% entre 2005 e 2014 e a grande maioria (92,1%) não teve qualquer apoio. Isto é, só 3,6% recorreu a ajuda médica ou a medicamentos para deixar de fumar. A opção de cessar o vício sem pedir auxílio em muitos casos não terá sido determinada pela falta de oferta. Portugal beneficiou em 2014 de um aumento de 10% face a 2013 no número de locais de consulta para apoio à cessação tabágica.
Igualmente inferior está a prevalência de fumadores diários, menos dois pontos percentuais, agora com um total de 16,8%. No entanto, a tendência é masculina, pois não se aplica às mulheres, que diariamente estão a fumar ligeiramente mais. E entre quem é exposto ao fumo ambiental, são os espaços de lazer (38,3%), a casa (31%) e o local de trabalho (20,5%) os locais onde isso mais acontece.
O relatório da DGS traz boas notícias, no entanto, o tabaco ainda continua a matar muito, desde logo associado ao cancro. Mais de 12 mil portugueses perderam a vida devido ao cigarro, dos quais 400 por exposição passiva ao fumo, segundo as estimativas para 2013. Quer isto dizer que “entre os fatores de risco comportamental, fumar foi a primeira causa de morte em Portugal em ambos os sexos”, lê-se no documento.
Os especialistas afirmam que logo depois dos hábitos tabágicos, a mortalidade é influenciada pelo consumo de álcool, o elevado teor de sal, a inatividade física e a dieta pobre em fruta.
Vera Lúcia Arreigoso (Rede Expresso)
