Preços dos combustíveis ameaçam reeleição de Obama

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Sondagens recentes indicam uma quebra na popularidade de Barack Obama. Nem uma economia em retoma faz esquecer o preço cada mais alto dos combustíveis, a razão de todo o descontentamento.

Nos últimos quatro meses a economia americana criou mais de um milhão de empregos, a maioria no sector privado. Os índices de produção industrial regressaram aos valores de finais da década de 90 e até a General Motors, que há três anos esteve à beira da falência, tornou-se novamente o maior produtor automóvel do mundo.

Apesar das boas notícias de uma economia em retoma, uma série de sondagens indicou, nos últimos dias, uma quebra na taxa de popularidade do Presidente americano, Barack Obama (5% em média), colocando-a abaixo dos 50%. Uma delas, levada a cabo pela televisão CBS e pelo diário “The New York Times” revela uma cifra de 41%, contra os 47% de há apenas um mês.

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A subida do preço da gasolina é apontada como a principal razão do descontentamento popular. Os mesmos estudos de opinião indicam que 89% dos americanos estão “muito preocupados” com o assunto

“Os americanos até podem estar mais optimistas em relação à economia mas quando veem o preço dos combustíveis a subir desta maneira vão acabar por punir o Presidente. Além do mais, a alta dos combustíveis pode anular a retoma”, explica ao Expresso o professor Andrew Ball, da universidade de Massachusetts.

Um galão de gasolina (3,78 litros) custa hoje em média quase quatro dólares (3 euros), um valor que desde o início do ano já subiu 49 cêntimos (38 cêntimos de euro).

Campanha de Obama precisa de mais doações

Em reacção às sondagens, os responsáveis da campanha de Barack Obama em Chicago procuram mobilizar o eleitorado democrata, repetindo duas mensagens essenciais: as eleições de 6 de novembro não estão ganhas – várias sondagens dão um empate técnico entre Barack Obama e o favorito à nomeação republicana, Mitt Romney – e é necessário aumentar as doações para a Obama 2012.

Os mesmos responsáveis temem que a máquina republicana, com quatro candidatos no terreno nesta altura, esteja a recolher bastante mais dinheiro, a maioria proveniente de doadores multimilionários ou de grandes empresas.

Tal como em 2008, a campanha de Barack Obama baseia-se em quantidades massivas de pequenas doações, recolhidas na sua maioria por um exército de voluntários espalhados por todo o território americano.

Presidente americano leva David Cameron ao basquetebol…

Uma forma que Barack Obama encontrou para contrariar a tendência das sondagens foi sair da Casa Branca e abraçar a campanha eleitoral.

Ontem à noite, enquanto os republicanos votavam nas primárias do Alabama e do Mississípi, o líder americano levou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, até à cidade de Cleveland para assistir a um jogo de basquetebol universitário.

Durante o intervalo, perguntaram-lhe porque tinha viajado até ao estado do Ohio para um evento daquela natureza, em vez de Nova Iorque ou Massachusetts. Obama explicou que era “importante descentralizar” e, além do mais, Cameron não conhecia o “coração da América”.

O estado do Ohio é um dos denominados “Swing States”, isto é, estados com um eleitorado maioritariamente ao centro, o que os torna imprevisíveis num cenário de eleições presidenciais.

…e Joe Biden dá uma ajuda

Quinta-feira, 15, é a vez do vice-presidente Joe Biden visitar o Ohio. Durante a manhã estará numa fábrica de automóveis na cidade de Toledo, onde irá recordar os esforços que a administração tem feito para salvar aquela indústria, e que, segundo cálculos da Casa Branca, terão salvo perto de um milhão e meio de empregos.

Ricardo Lourenço (Rede Expresso)
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